A novidade do passado – Resenha de “Menos Marx, Mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil”, de Camila Rocha
Resenhado por João Maurício Gomes Neto (Unir) | ID: http: orcid/ 0000-0003-0194-6802.
Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil, de Camila Rocha, resulta da pesquisa de doutorado em Ciência Política, desenvolvida na Universidade de São Paulo/USP e defendida em 2018. A pesquisa ganhou os prêmios de Tese Destaque USP no âmbito das Ciências Humanas e melhor tese pela Associação Brasileira de Ciência Política. Em 2021, após adaptações na estrutura e na linguagem, com vistas a atingir a comunidade leitora não especializada, o trabalho foi publicado pela editora Todavia.
A obra está organizada em introdução, três capítulos centrais, estes divididos em subcapítulos de número e extensão variável, e considerações finais. Nuclearmente no livro é o argumento de que a chamada “nova direita” brasileira constitui “contra-públicos” que se organizaram fora das estruturas tradicionais de poder; se afastariam da “velha direita” por serem críticos e não mostrarem-se tributários nem devedores da ditadura-civil militar; e resultarem de acomodações entre o ideário “ultraliberal”, no âmbito da economia, com perspectivas “conservadoras”, no campo das relações sociais, algo que o debate político corrente na mídia e imprensa tem tratado, por vezes, de maneira simplista e inadequada sob a expressão “pauta de costumes”.
A autora traça histórico da direita brasileira a partir da década de 1940, passando pela ditadura civil-militar e pelo processo de abertura política marcado pela constituinte de 1988. Afirma que os anos iniciais da Nova República, no contexto imediato da redemocratização, foram caracterizados pela avaliação negativa da experiência autoritária que os antecederam, levando lideranças e partidos que estruturaram e sustentaram o regime militarizado a se deslocarem deste e não se autoidentificarem na direita, se apresentando agora como de centro.
O panorama geral da obra abrange, ainda, discussões no campo da economia, sintetizando premissas norteadoras do liberalismo clássico, do neoliberalismo e do ultraliberalismo, escolha que também orienta e situa a leitura de pessoas menos familiarizadas com os debates nessa área.
Em termos teórico-metodológicos a autora evita discussão mais aprofundada sobre as bases que nortearam a investigação, estratégia que se manifesta em consonância com o objetivo de atingir públicos interessados em compreender o cenário sociopolítico contemporâneo, tencionando ir além das fronteiras da academia. Da abordagem operacionalizada é possível apreender parte dos recursos e métodos utilizados por ela, a exemplo de entrevistas (orais e escritas), registros etnográficos caros a observação participante e documentos digitais oriundos da internet, tais como postagens de textos, imagens e audiovisuais em blogs, sites especializados e redes sociais e o mapeamento dos entrevistados mediante o procedimento no qual pessoas já contatadas indicam outras, que por sua vez, referenciam novas colaborações possíveis, até que a rede se estreita e os nomes indicados passam a se repetir.
No tocante a forma, a escolha da narrativa como estratégia de apresentação e desenvolvimento do argumento faz com que o livro seja mais descritivo do que analítico, deixando parte relevante da interpretação, da formação de juízos à comunidade leitora, escolha esta coerente com a abordagem pretendida.
A proposta acerta em buscar as zonas cinzentas, difusas, os pontos cegos e imprecisos onde ideias, opiniões e valores ditos antagônicos ou diferentes se encontram, se confundem e são redefinidos pelos sujeitos que os aferem, a partir dos lugares sociais ocupados, dos interesses assumidos, das crenças professadas, das sociabilidades tecidas, das afinidades e dos afetos construídos.
Isto fica patente na maneira segundo a qual Camila Rocha percebe, a partir de Michael Freeden, a conformação de algumas “ideologias políticas” em “macro-ideologias”, como conservadorismo, liberalismo, socialismo e fascismo; e dentro de cada uma destas, acentua a existência de “ideologias modulares”, indicando que estas não são traduzidas, consumidas e apropriadas de forma igual nem homogênea pelos indivíduos, grupos, partidos ou movimentos políticos.
Ao ter essas premissas no horizonte, a autora evita classificação arbitrária, estereotipada ou reducionista desses indivíduos e grupos. Sua escritura é uma aproximação empática, um exercício de entendimento de “contra-públicos” que, paulatinamente, ganharam projeção e relevância no cenário nacional. Assim, ela se interessa mais em evidenciar a emergência e a cultura política que molda as opiniões e comportamentos desses sujeitos do que qualificá-los. Ao apresentá-los de perto, demonstra filiações teóricas e cosmovisões das quais lançam mão esses sujeitos, trazendo para primeiro plano a lógica imbuída nas percepções, interpretações e projetos que defendem.
Isso se delineia no relato circunstanciado do contato estabelecido e posterior convivência da pesquisadora com as pessoas responsáveis pelo Instituto Liberal, onde fez parte da investigação. O tratamento ético que confere a elas é incorporado no percurso da narrativa, ao referenciar seus/as interlocutores/as pelas representações que estes/as advogam para si, algo corroborado ao mencioná-las como “nova direita”, em detrimento de nomenclaturas correntes em outras abordagens que se debruçam sobre o fenômeno, a exemplo de direita radical, ultradireita e extrema direita.
Assim, ao historiar a maneira segundo a qual sujeitos autodeclarados na “nova direita” se dedicam a organicidade ideológica e constroem redes de sociabilidade que os levaram a ocupar posição de evidência na cena pública, a ponto de terem lugar de fala e escuta assegurados, Camila Rocha, acertadamente, evita juízos e apresenta postura respeitosa no trato com as figuras entrevistadas, mesmo quando reconhece nelas valores e concepções de mundo que lhe são distantes, discordantes.
Algumas questões podem ser mapeadas durante a leitura, ainda que parte das respostas a elas continuem à espera de novas reflexões: como e quando surge o que a autoria conceitua de nova direita? Quais seriam os elementos de novidade comuns a esses grupos e em que medida se deslocariam, para usar adjetivo análogo ao da escritora, da velha direita brasileira? Haveria aproximações entre eles? Que agendas e programas desejam trazer à tona ao debate público? O que teria levado a confluência deles em torno do apoio a Jair Messias Bolsonaro, na eleição presidencial de 2018?
Camila Rocha circunscreve a nova direita como “contra-públicos” formado por sujeitos que se identificam com valores e ideários de direita, mas que estavam dispersos, carentes de representação política e institucional, sem espaço nos canais tradicionais da mídia e imprensa onde o debate público era hegemonicamente veiculado. O cenário traçado era de exclusão desses debates; diálogo rarefeito nas universidades; indisponibilidade de material bibliográfico nas casas editoriais; inexistência de espaço em periódicos (jornais e revistas), rádios e televisões; ausência de representação na política institucional.
Segundo argumenta, até a popularização da internet inexistiam espaços, eventos e bibliografia que articulassem e contemplassem as demandas e expectativas desses sujeitos. Mesmo nas universidades, ditas geralmente locus de livre confronto de ideias, elas/as, a despeito das tentativas, não teriam conseguido angariar interlocutores e a audiência esperados. Esse processo ter-se-ia iniciado em comunidades no Orkut, local onde se passou a construir redes de pertencimento e que assegurava alguma participação no debate público, ainda de maneira independente e alheia às estruturas e canais tradicionais pelos quais a política institucionalizada costumava ocorrer.
Com a entrada cada vez maior da população brasileira na rede mundial de computadores e sua a adesão massiva às redes sociais, estas se constituíam o espaço de sociabilidade por excelência para aquelas pessoas que se sentiam alijadas, excluídas do debate público. Havia demanda represada e que passou a ser atendida, em alguma medida, pela liberdade que os fóruns e comunidades dispostas em plataformas on-line passaram a oferecer. É desse novo espaço, onde o acesso é mais horizontalizado e fugidio às hierarquias tradicionais que a nova direita emerge e se organiza.
No campo conceitual, o elemento de novidade estaria circunscrito, portanto, na apropriação do ideário de Ludwig Heinrich Edler von Mises, austríaco depois radicado nos Estados Unidos, cuja agenda econômica ultraliberal colocava-se, inclusive, à direita de neoliberais como Friedrich August von Hayek; e na aproximação dos escritos e da militância de Olavo de Carvalho, adepto de cosmovisões conservadoras, no sentido de manter em evidência valores e práticas tradicionais caras ao projeto Ocidental de colonização.
A despeito de outros ideólogos serem citados por Camila Rocha, estes dois ganharam destaque e relevo, sobretudo pela recepção e apropriação deles levadas a termo pelos sujeitos que emergiram e organizaram a nova direita no Brasil. Segundo a autora, a criação de think thanks, a presença e interseção de alguns em agremiações como os Institutos (Liberal, IBM, Atlântico, IPCO, Livres, Millenium) teve alguma relevância no percurso, embora as relações de sociabilidades, as teias de influência, as referências por afinidade e contato tenham se intensificado na estrutura dinâmica e horizontal das redes sociais.
Esse processo levaria a constituição de grupos de influência que ampliaram a militância, antes circunscrita ao mundo virtual, passando a ocupar as ruas e disputando adesões, na luta por corações e mentes. Tal deslocamento marcaria, com grau variado de sucesso e duração, o surgimento de organizações e/ou iniciativas como Estudantes pela Liberdade/EPL, Movimento Cansei, Movimento Endireita Brasil/MEB, Movimento Brasil Livre/MBL, Revoltados Online e Vem Pra Rua, alguns deles tendo, inclusive, se inspirado e plasmado táticas comuns aos movimentos sociais de esquerda.
O uso estratégico de redes sociais on-line teria ampliado a demanda e a circulação de materiais bibliográficos caros a esses “contra-públicos”. Disso teria resultado a necessidade de traduzir textos considerados relevantes para travar o debate público, o que levou a criação de alguns selos, primeiros em editoras de menor abrangência, até a aposta do grupo editorial Record, que mobilizada pelas vendas expressivas dos livros de Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino, Leandro Narloch, Reinaldo Azevedo entre outros, incluiu em seu catálogo tiragens de Roger Scruton, Eric Voegelin, Theodore Dalrymple e Christopher Dawson. Ao passo que o mercado editorial se abria à nova direita, os grupos de imprensa e mídia hegemônicos também passaram a incorporar entre seus colunistas e articulistas parte desses sujeitos, que chegaram à Veja, ao Grupo Folha, às Organizações Globo.
No campo discursivo e conceitual, se afastavam da velha direita por entendê-la tributária da ditadura civil-militar, autoritária, patrimonialista e impregnada por práticas políticas que reputavam viciadas. Na interpretação de alguns deles, a ter no horizonte as premissas de Ludwig von Mises sobre libertarianismo, a ditadura civil-militar sequer seria de direita, pois se mostrou centralizadora, estatizante, cerceadora das liberdades individuais, práticas estas tributárias, conforme tal acepção, a regimes de planificação econômica, logo de esquerda e de matiz comunista.
No campo da atuação, a divergência se situava no âmbito das estruturas partidárias, que perpetuavam vícios e reproduziam práticas as quais mantinham no protagonismo político os mesmos agentes, abrindo poucas possibilidades para a emergência e renovação de lideranças com outros projetos de sociedade. Essa “blindagem institucional”, argumenta a autora, afastava, fazia esses sujeitos emergentes se sentirem descontentes e apartados da representação política vigente.
A narrativa pontua que um marco importante na organização desses sujeitos por afinidades eletivas e a ter no horizonte algumas agendas comuns, ocorreu a partir de 2006, com o chamado “escândalo do mensalão petista” e o questionamento a implementação paulatina, pelo governo federal, de políticas sociais, vinculadas sobretudo aos direitos humanos. Entre as iniciativas contestadas estariam a lei Maria da Penha (combate à violência doméstica); a demarcação de terras indígenas; a política de cotas raciais e as leis 10639/03 e 11.645/08, a união de pessoas do mesmo sexo, a interrupção da gravidez em situações específicas e a própria implementação da Comissão Nacional da Verdade.
Camila Rocha, ao focar a narrativa na nova direita, traz contribuições relevantes à compreensão do período recortado pela pesquisa, principalmente dada a maneira competente como articula e organiza o enredo. Ela confere alguma inteligibilidade a babel de eventos que circunscreve a contemporaneidade. Enfrenta o desafio de construir a síntese quando as disputas sociopolíticas acontecem e a correlação de forças deixa em aberto as condições de possibilidades do porvir. Todavia, no campo das zonas cinzentas, borradas, porosas destacadas pela abordagem, um dos flancos que permanecem pouco sistematizados é a maneira como protagonistas de direita, de diversos matizes, concepções e interesses se agruparam em torno de agendas comuns. Sem esse enfrentamento, a ideia subjacente é um de protagonismo talvez desmedido atribuído a esses “contra-públicos” (embora tenham inegável relevância e projeção no cenário sociopolítico do país).
Se um dos demarcadores desses “contra-públicos” é o suposto afastamento operado em relação a grupos de direita que lhes antecederam e que mesmo presentes na cena pública, estavam acanhados, não ousavam enunciar-se, afirmar-se desse lugar; há, contudo, circunstâncias nas quais as “ideologias modulares” entre “velha” e “nova direita” se encontraram, convergiram e reduziram o foço, o entranhamento entre elas.
Há elementos na emergência da “nova direita” na cena pública que ainda precisam ser compreendidos para além de sua atuação nas redes sociais, em que pese a importância destas. Parte do vocabulário, da “revolta contra tudo que aí está”, do conteúdo de sua negação à “velha política” foi mobilizada, desconfio, não somente pelas assertivas libertárias de von Mises ou inspiradas nas provocações conservadoras olavistas. Assim, como agendas futuras, cabe indagar: onde se situa o papel deletério dos grupos de mídia e imprensa comerciais hegemônicos, com seu denuncismo diuturno, seletivo e enviesado contra a corrupção? Qual o peso da politização do judiciário nesse processo, no que se inclui o Supremo Tribunal Federal? E da atuação peculiar do Ministério Público, testada com o mensalão petista e coroada no lavajatismo? O que significa, em termos políticos, a saída dos militares da caserna? E a inserção cada vez mais acentuada das igrejas cristãs no debate público, com suas pautas calcadas em preceitos bíblicos? E a ação das direitas que não ousavam dizer seu nome, mas que perderam a vergonha e abriram, quando lhes conveio, as portas para os novos agentes, outsiders da política?
Menos Marx, mais Mises é um exercício de síntese sobre temática que mobilizará ainda muitos debates e embates e cuja temática continuará a ter presença relevante na sociedade brasileira. Trata-se de um trabalho cuja potência é lembrar que esquecemos, inclusive, ao atentar para o poder dos afetos, da força que ideias, valores e concepções adormecidas por algum tempo, podem assumir ao ser retomadas e voltar a ser professadas com a ardor e ares de novidade na cena pública, por novos sujeitos, em historicidade que embora alheia ao contexto de surgimento desses ideários, demonstra potencial aglutinador e mobilizador. Mais do que pregar crenças concorrentes, a comunidade historiadora tem no horizonte, repito, o desafio de semear dúvidas, fomentar inquietações sobre a representação e reapropriação de experiências pregressas no presente.
Ao que parece, a “nova direita” veio para ficar. Mas a estratégia de constituir redes de sociabilidade para amplificar discursos, influir e direcionar o debate público é bastante conhecida. A especificidade, ou a historicidade que a marca e a situa no lugar de novidade é a confluência entre meio e método, ao explorar o poder do algoritmo na difusão massiva de ideias, opiniões, cosmovisões. Em tempos de internet, viralizar e engajar são verbos imperativos. Embora agreguem diversidade de posicionamentos e concepções, esses grupos parecem reunidos novamente sob as agendas da defesa da liberdade individual; da livre iniciativa privada no campo econômico; da conservação/manutenção de práticas sociais, de determinado conjunto de valores morais; do combate à corrupção – de adversários, diga-se de passagem.
Outro elemento de novidade do passado que ressalto nesse processo, embora não verbalizado nem discutido por Camila Rocha, inclusive por se manter coerente com a narrativa compreensiva que operacionaliza, é a adesão recorrente de liberais, neoliberais e ultraliberais com regimes e figuras políticas de comportamento autoritário, qual seja, o flerte histórico deles com fascismos. Neste sentido, só de forma tímida e pontual a autoria tensiona a adesão desses “contra-públicos” à eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. E uma pergunta continua latente: o chamado bolsonarismo seria também uma expressão da nova direita?
Na narrativa, a percepção após a leitura é que mesmo tensa de início, essa aproximação soa como uma ilusão passageira, um autoengano pontual da “nova direita”, que contra um inimigo supostamente maior, aderiu a um capitão reformado, saudoso confesso da ditadura, admirador público de torturador, capaz de defender, publicamente, o extermínio de pessoas com as quais mantém posicionamento e concepções discordantes e neófito no libertarianismo.
Menos Marx, mais Mises também me inquietou no tocante às projeções de futuro que a obra inspira e atravessam o momento atual: em que medida a chamada nova direita conseguirá ou irá dissociar-se do apoio e da adesão conferidos a Jair Bolsonaro? Para esses “contra-públicos”, a democracia tem vez e lugar? O ideário e a crença ultraliberal que professam são compatíveis com o regime democrático?
Sumário de Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil
- Introdução
- O que há de novo na nova direita
- Ideologias políticas à direita
- A disseminação da defesa do livre mercado via think thanks
- A direita tradicional: Hayek e o combate ao comunismo
- O auge e o declínio dos think thanks pró-mercado no Brasil
- A nova direita: Mises e o combate à “hegemonia cultural esquerdista”
- A nova direita na sociedade civil
- O “choque progressista” e a reação conservadora
- O ciclo de protestos e a crise política
- A nova direita e a política institucional
- Considerações finais
- Notas
- Referências bibliográficas
- Sobre os entrevistados
- Autora
- Créditos
Resenhista
João Maurício Gomes Neto – Doutor em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista – Unesp/Franca, Professor do Departamento de História e Coordenador da Especialização em Gênero e Diversidade na Escola/GDE, na Universidade Federal de Rondônia/Unir, campus de Rolim de Moura. Publicou, entre outros trabalhos, o livro “Entre a ausência declarada e a presença reclamada: a identidade potiguar em questão”. ID: 0000-0003-0194-6802. E-mail: joao.mauricio@unir.br
Para citar esta resenha
ROCHA, Camila. Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil. São Paulo: Todavia, 2021. 181p. Resenha de: GOMES NETO, João Maurício. A novidade do passado. Crítica Historiográfica. Natal, v.2, n. esp. (Novas Direitas em discussão), ago. 2022. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/a-novidade-do-passado-resenha-de-menos-marx-mais-mises-uma-genese-da-nova-direita-brasileira-2006-2018-de-camila-rocha/>
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