Alfabetização Histórica em congressos educacionais brasileiros (1977-2021) por Ana Beatriz dos Santos Silva (UFS)
Resumo: Esse trabalho identifica, quantifica a frequência do emprego da categoria “Alfabetização Histórica” (ou “Literacia Histórica”) em congressos de Educação e de Ensino de História, realizados entre 1978 e 2021, descrevendo as principais referências teóricas utilizadas como apoio.
Palavras-chave: Alfabetização Histórica, Literacia Histórica, Ensino de História.
Historical Literacy in Brazilian educational congresses (1977-2021) by Ana Beatriz dos Santos Silva.
Abstract: This work identifies and quantifies the frequency of the use of the category “Historical Literacy” in Education and History Teaching congresses held between 1978 and 2021, describing the main theoretical references used to support it.
Keywords: Historical Literacy, History Teaching.
Este texto sobre a pesquisa em alfabetização histórica resulta de dois anos de pesquisas realizadas na Universidade Federal de Sergipe, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Assim, na condição de bolsista, nossa meta foi tabular o índice de frequência do tema ao longo dos eventos e analisar as perspectivas interpretativas abordadas, os referenciais teóricos mobilizados em cada produção e as formações acadêmicas dos autores para medir a circulação das produções sobre o tema. Neste texto, contudo, nos limitaremos a anunciar os resultados referentes à “presença e frequência da alfabetização histórica” nos trabalhos publicados em anais e a identificar referências teóricos empregados nos textos selecionados.
Na seleção dos textos, empregamos três critérios: 1) textos que se referem à literacia/alfabetização histórica, tanto na esfera nacional como internacional; e/ou 2) produções que discorrem sobre o Ensino de História nos anos iniciais do ensino básico; e/ou 3) textos que fazem uso dos referenciais teóricos sobre literacia/alfabetização histórica.
O levantamento, realizado em meio eletrônico, foi iniciado pelo portal da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), que conserva o material dos congressos regionais e nacionais, no período 1978-2018, e nos anais de dois eventos de Ensino de História.
O primeiro intitulou-se “Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH)”. Sua mais antiga edição ocorreu em 1999 e a mais recente em 2019. O segundo foi o “Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História”, do qual acessamos trabalhos referentes ao período 2012-2018.
1. Presença e frequência da “Alfabetização Histórica”
A ANPED atua mediante a realização de reuniões regionais e nacionais, cujo material resultante é armazenado em seu site. No período pesquisado, suas reuniões contabilizavam cerca de quarenta e oito eventos, sendo dez reuniões regionais (2016- 2018) e trinta e oito reuniões nacionais (1978-2017). Registramos que nem todos os Anais de todos os eventos estavam disponíveis.
Entre os seminários, conferências, conversas, encontros, cursos, simpósios, congressos, jornadas, aulas, mesas redondas, colóquios e fóruns de estudos, são 184 eventos, contabilizando cerca de 1.268 trabalhos.
Deste total, apenas 10 produções foram selecionadas. Isso porque apenas este número se enquadrava tanto no uso expresso dos termos “Alfabetização Histórica” (AH) e/ou “Literacia Histórica” (LH), como na natureza da temática, ou seja, eram produções que discorriam sobre o Ensino de História nos anos iniciais do ensino fundamental e listavam (em suas referências) autores que tratam da AH. Esses trabalhos estão relacionados no Quadro 1
Quadro 1: Produções textuais selecionadas para análise no portal da ANPEd
Evento |
Produção |
Autoria |
36° Reunião da Anped-Goiânia/GO |
“Ensino de História, Historiografia e produção de sentido em práticas de letramento” |
Ana Maria Monteiro e Patrícia de Azevedo |
XI Simpósio de formação e profissão docente |
“Ensino de História através de metodologias ativas: a inovação chega à escola pública de Manhuaçu (MG)” |
Germano Campos e Leonardo Alves |
“Recursos didáticos em Ensino de História da América Latina: educação básica na cidade de Diamantina-MG” |
Thamar Alves, Juliana Bonifácio e Lucas Cunha |
|
IX Encontro brasileiro da Redestrado: Rede Latino-Americana de estudos sobre trabalho docente. Trabalho docente no século XXI: conjuntura e construção de resistências |
“Formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais e Ensino de História e cultura africana e afro-brasileira: pistas para uma análise do curso de Pedagogia” |
Valdenice Prazeres |
I Seminário Nacional Políticas de ações afirmativas” |
“Saberes escolares no Ensino de História das séries iniciais: uma aproximação a partir da epistemologia social escolar” |
Márcia Cristina Pugas e Ana Paula Ramos |
2° CEVS: Congresso de Educação do Vale do Sapucaí |
“Força da História; o lúdico e os conceitos básicos no ensino de sexto ano do Ensino Fundamental II” |
Aline da Silva |
“Educação Patrimonial e Memória Coletiva no Ensino de História” |
Denise da Silva e Sônia Aparecida Siquelli |
Fonte: Quadro elaborado pela autora.
Na tabela 1, é possível observar com maior facilidade essa separação de eventos, anos de publicação, número total de trabalhos apresentados e o percentual das produções que foram selecionadas para análise.
Tabela 1: Número de produções em cada evento selecionado
Evento |
Ano |
Quantidade |
36° Reunião da Anped-Goiânia/GO |
2013 |
327 |
XI Simpósio de formação e profissão docente |
2015 |
166 |
IX Encontro brasileiro da Redestrado. Rede Latino-Americana de estudos sobre trabalho docente. Trabalho docente no século XXI: conjuntura e construção de resistências |
2017 |
384 |
I Seminário Nacional Políticas de ações afirmativas |
2018 |
312 |
2° CEVS: Congresso de Educação do Vale do Sapucaí |
2018 |
126 |
Fonte: Tabela elaborada pela autora.
O primeiro evento pesquisado, em relação a área do Ensino de História, o Encontro Nacional Pesquisadores do Ensino de História, tem sua mais antiga página eletrônica datada no ano de 1999, quando a quarta edição aconteceu, e sua mais recente página datada no ano de 2019, referente a edição de número treze. Já as edições relativas ao “Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História”, têm seu site mais antigo datado no ano de 2012, quando aconteceu o encontro de número VIII, e a data mais recente, referente ao X encontro, no ano de 2018.
Muitas edições de ambos os eventos acadêmicos não disponibilizam em suas páginas eletrônicas os anais dos trabalhos apresentados, impossibilitando a verificação de todos os textos. Foram encontradas um total de 471 produções nos dois eventos citados, com vinte e um textos selecionados para análise.
Tomando as datas também como ponto de partida para distinção e apresentação das produções textuais localizadas, o evento que registra seu mais antigo ano é o “Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH)”, em que a primeira edição ocorreu em 1999. Os anais dos trabalhos não estão disponíveis, como também os dos três seguintes eventos, realizados nos anos de 2003, 2008 e 2013.
O único evento que disponibilizava os textos, até o fim dessa pesquisa (2021), foi o XI Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História, referente ao ano de 2017. A edição do mês de setembro contava com trinta e três textos apresentados ao total, e somente um foi selecionado para a análise.
Quadro 2: Produções textuais selecionadas referentes ao “encontro nacional de pesquisadores do Ensino de História”
Evento |
Produção |
Autoria |
“XI Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
Democracia no Brasil: o que dizem as narrativas de jovens estudantes? |
Aaron Reis |
Fonte: Quadro elaborado pela autora.
Nas buscas pelos trabalhos apresentados nos eventos do “Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História” houve uma dificuldade maior em localizar os sites. Três portais eletrônicos, referentes às edições de número VIII, IX e X, foram identificados e analisados. O número de trabalhos apontados foi superior em comparação ao evento citado anteriormente(20 selecionados em um total de 444 trabalho).
Quadro 3: Produções textuais selecionadas referentes ao “IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História”
Produção |
Autoria |
Tornar-se professor de história: a experiência como bolsista PIBID. |
Luciana Rossato e Núcia Oliveira |
Dando voz aos alunos: a importância da História escolar para a vida. |
Edinalva Aguiar |
Letramento e história: perspectivas e possibilidades de ação. |
Alexsandro Silva e Gabriel Freitas |
Educação Histórica e Ensino de História mediado por fontes: reflexão-em-ação sobre a prática docente em História. |
Geovanio Rodrigues e Augusto Miranda |
Ensino de História, patrimônio cultural e memória: abordagens e reflexões nas aulas de história a partir da Educação Histórica. |
Jaqueline Ap. Zarbato |
Que História é essa? Letramento em História nos anos iniciais do ensino fundamental. |
Rafael Privatti |
Ensino de História, práticas de leitura e de escrita: uma investigação acerca das relações entre aprendizagem histórica e letramento. |
Carolina Rovaris |
LiDEs: A literacia histórica- veredas e desafios. |
Maria do Céu Melo, Hugo Cardoso e Helena Martinho |
Fonte: Quadro elaborado pela autora.
Quadro 4: Produções textuais selecionadas referentes ao “X Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História”
Produção |
Autoria |
PROJETO CONHECER LONDRINA: Ensinando história nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental por meio da cidade. |
Eliane Candoti e Juliana Carvalho |
Os diálogos e reflexões infantis acerca do Ensino de História nos Anos Iniciais: um estudo de caso da Rede Salesiana em Rio Grande/RS. |
Fabíola Guerreiro e Adriana Senna |
O estudo da memória e da identidade cultural na formação do pensamento histórico de estudantes dos anos finais do ensino fundamental. |
Adriana Oliveira |
Ensinar e aprender História no 6º ano do ensino fundamental: reflexões sobre o tempo e o pensamento histórico. |
Elaine Mayer |
Ensino de História: representações e concepções da infância nos livros didáticos dos anos iniciais. |
Elaine Silva e Rita Santos |
“Sobre empatia histórica e imaginação: o uso do RPG no Ensino de História” |
Juliano Pereira |
““UM TIRANO ESTÁ DE VOLTA!”: o cinema e a aprendizagem histórica de temas controversos” |
Aline Marciel, Daniela Daubian e Osvaldo Junior |
“Ideias históricas de jovens estudantes do ensino médio acerca da criminalidade infantil: cinema e aprendizagem histórica” |
Amanda Costa, Igor Soares e Richard Salazar |
“O tema da história difícil em teses e dissertações produzidas na região sul do Brasil” |
Carla Silva |
“Consciência histórica, neurociência e aprendizagem de temas controversos da História” |
Sérgio Scorsato |
“Conflitos: disputas entre narrativas e sentidos na relação entre cultura e consciência histórica em uma pesquisa colaborativa no IFPR (Campus Curitiba)”, |
Thiago Oliveira |
Fonte: Quadro elaborado pela própria autora.
Foram elaboradas, além dos quadros acima, duas tabelas referentes aos dois eventos citados que mostram os anos dos eventos, o número de trabalhos apresentados e o percentual de textos colhidos para estudo.
Tabela 2: Número de produções no “encontro nacional de pesquisadores do Ensino de História”
Evento |
Ano |
Quantidade |
IV Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
1999 |
Indisponível |
VI Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
2003 |
Indisponível |
VIII Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
2008 |
Indisponível |
X Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
2013 |
Indisponível |
XI Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
2017 |
33 |
XII Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História |
2019 |
Indisponível |
Fonte: Tabela elaborado pela autora.
Tabela 3: Número de produções no “encontro nacional perspectivas do Ensino de História”
Evento |
Ano |
Quantidade |
VIII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História |
2012 |
Indisponível |
IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História |
2015 |
302 |
X Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História |
2018 |
136 |
Fonte: Tabela elaborada pela autora.
2. Perspectivas interpretativas nos eventos da ANPED
Tratando as produções escolhidas de uma forma mais detalhada, descrevemos as perspectivas interpretativas de cada texto. Para um melhor entendimento, separamos os escritos selecionadas no portal da ANPEd daquelas encontradas nos eventos nacionais de História.
Na busca por trabalhos nos eventos cadastrados no site da ANPEd, identificamos sete trabalhos. Percebemos que 42% delas são diretamente voltadas ao ensino-aprendizagem da disciplina História, 14% apresentam suas discussões para o Ensino de História nos anos iniciais, 14% se referem à formação docente, 14% explanam sobre educação e suas metodologias e os outros 14% restantes ficam na linha do Ensino de História com práticas de letramento.
Dentre esses 42%, alguns subtemas são notados, a exemplo da educação patrimonial, a memória coletiva nas aulas e o Ensino de História da América Latina. No percentual que retrata a formação de professores, os conteúdos voltados às relações africanas e afro-brasileiras são postos em questão. O restante das produções apresenta discussões diretamente ligadas à aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental, tratando da relação entre metodologias ativas e historiografia.
No interior dos mesmos 42%, percebemos graus diferenciados de aprofundamento dos temas. Os trabalhos com maior densidade abordaram: 1) a formação de professores para educação das questões étnicas raciais, cultura africana e afro-brasileira, na sala de aula; 2) as questões metodológicas explicadas historicamente e suas consequências no fazer docente; 3) o ensino-aprendizagem, refletindo sobre o “saber escolar” junto com a teoria da epistemologia social escolar; 4) o papel do historiador e da historiografia como ferramenta para o Ensino de História com uma perspectiva de letramento. A seguir, descrevemos cada um desses trabalhos, enfatizando questões, objetos e referenciais teóricos empregados.
O primeiro texto, “Ensino de História, Historiografia e produção de sentido em práticas de letramento”, de Ana Maria Monteiro e Patrícia de Azevedo, trata da escrita da História e a sua historiografia, objetivando discutir a historiografia como prática de letramento, descrever a ação do historiador e o papel do professor ao tratar a História como prática de letramento. Dos referenciais teóricos utilizados pelas autoras, nenhum destaca a alfabetização/letramento histórica como alvo de estudo. Entretanto, no trabalho há uma variada escolha de autores, dando destaque a K. Jenkins (2009) escolhido para reforçar as ideias acerca do ofício do historiador, a A. Prost (2008) para discutir sobre a escrita da História, e J. Rüsen (2001) para analisar a ideia de historiografia com saber histórico dos historiadores.
O segundo escrito, intitulada “Ensino de História através de metodologias ativas: a inovação chega à escola pública de Manhuaçu (MG)”, de Germano Campos e Leonardo Alves, resultou de um projeto desenvolvido com alunos de Iniciação à Docência em atividade na Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu e na Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho, dentro do projeto “O Ensino de História como forma de buscar a autonomização do sujeito”, focado em metodologias ativas no Ensino de História. Há descrição dos métodos utilizados em sala com citações à obra de B. Charlot (“mistificação pedagógica”), M. A. Schmid (2008) e C. Bittencourt (2008). Schmid é empregada para tratar das dificuldades docentes e os possíveis resultados disso e para mostrar a importância da escolha de diferentes fontes historiográficas como ferramenta que incite o interesse do alunado. Bittencourt é citada na discussão sobre questões curriculares que envolvem o Ensino de História.
A terceira produção textual, de Thamar Alves, Juliana Bonifácio e Lucas Cunha, intitula-se “Recursos didáticos em Ensino de História da América Latina: educação básica na cidade de Diamantina-MG”. Ela acolhe o Ensino de História da América nas escolas de Diamantina – MG, focando em materiais didático-pedagógicos, livros-didáticos, programas oficiais para o Ensino de História, currículos e planos de aulas e de Ensino de História. Os autores mencionam I. Barca (2004) para tratar de alfabetização/letramento histórico e de planos de aula e planos anuais.
A quarta produção, com título de “Formação de professores/as para a educação das relações étnico-raciais e Ensino de História e cultura africana e afro-brasileira: pistas para uma análise do curso de Pedagogia”, foi escrita por Valdenice Prazeres e se destaca como um dos textos mais aprofundados sobre sua temática. A educação para as relações étnico-raciais e Ensino de História e cultura africana e afro-brasileira é o objeto abordado na forma de desafios para a inclusão de conteúdos e atividades relacionados à temática no currículo do curso de Pedagogia das universidades públicas do Maranhão. Com uma ótima pluralidade de referenciais teóricos, o texto distribui quase que igualmente a utilização dos referentes, mas nenhuma deles está na área da alfabetização/literacia histórica.
A quinta publicação, elaborada por Márcia Cristina Pugas e Ana Paula Ramos, chama-se “Saberes escolares no Ensino de História das séries iniciais: uma aproximação a partir da epistemologia social escolar”. Em seus objetivos, está o inventário de possibilidades para pensar o processo de ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental, mediante a categoria de análise “saber escolar”. Para tocar nas questões referentes ao Ensino de História, as autoras usam texto de M. A. Schmidt (2005).
A penúltima produção textual, de Denise da Silva e Sônia Aparecida Siquelli, intitula-se “Educação Patrimonial e Memória Coletiva no Ensino de História”. O texto trata de educação patrimonial e memória coletiva e tem como objetivo descrever e discutir, através de pesquisa em arquivos, as propostas curriculares da disciplina de História do Ensino Fundamental e Médio de três escolas públicas estaduais dos municípios de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Campanha, no Sul de Minas Gerais. As autoras fazem uso superficial de autores como M. Webber (2005) e W. Benjamin (1995).
Avançando para o último texto, que tem como título “Força da História; o lúdico e os conceitos básicos no ensino de sexto ano do Ensino Fundamental II”, Aline da Silva lista como objetivos a desmistificação das palavras que não fazem parte do vocabulário habitual dos estudantes da faixa etária de 11 a 14 anos e o reforçar de conceitos básicos da História como disciplina. A escrita parte da experiência com um jogo pertencente ao capital cultural de crianças dessa faixa etária. A produção emprega, de modo superficial, textos de C. Bittencourt (2011; 2013) para discutir o Ensino de História em viés crítico, assim como para fundamentar questões curriculares. P. Freire (1989) e A. Portelli (2010) são usados também de modo superficial para fundamentar as ideias de educação para a criticidade e o conceito de memória no Ensino de História.
3. Perspectivas interpretativas nos eventos especializados em Ensino de História
Passamos, agora, à análise das perspectivas interpretativas nos eventos diretamente ligados a História, ou seja, no “Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH)” e no “Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História”. Todos os trabalhos selecionados apresentam referenciais, em sua maioria, ligados à área de História como ciência e/ou ensino e aprendizagem.
Das produções textuais que discorrem sobre o tema, somente 33.3% deles demonstram aprofundamento teórico. Nos textos que trabalham o Ensino de História nos anos iniciais 50% os expõem de forma mais precisa, chegando esse número a 71% entre os que trabalham com Alfabetização História.
São três os textos que tratam diretamente de Alfabetização histórica. No primeiro, “LiDEs: A literacia histórica- veredas e desafios”, Maria do Céu Melo, Hugo Cardoso e Helena Martinho examinam narrativas colhidas entre professores do projeto sobre o as vantagens e dificuldade da leitura nas aulas de História. Nos referenciais teóricos, predominam C. D. Lee e A. Spratley (2010), citados para explicar o aumento dos estudos no domínio da literacia nas diferentes disciplinas escolares.
O trabalho intitulado “Letramento e história: perspectivas e possibilidades de ação”, escrito por Alexsandro Silva e Gabriel Freitas, estuda o letramento em História, praticado na Escola Estadual de Ouro Preto, com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. Neste texto, Lee (2006) é o único referencial utilizado que estuda a literacia histórica, embora não seja trabalhado de uma forma mais aprofundada, não empregado em citações diretas ou indiretas.
Já o texto de Carolina Rovaris, intitulado “Ensino de História, práticas de leitura e de escrita: uma investigação acerca das relações entre aprendizagem histórica e letramento”, analisa o Ensino de História e Letramento em uma turma de primeiro ano de ensino médio, de uma escola pública da rede estadual de Santa Catarina. Demonstrando a interferência de determinadas habilidades desenvolvidas nas aulas de História, a autora utiliza M. A. Schmidt (2009) para fundamentar a compreensão sobre a chamada “cognição histórica situada”. A autora também emprega I. Barca para pautar a importância dos conhecimentos prévios dos alunos e da necessidade de o professor se colocar na posição de agente investigador. Por fim, a autora emprega M. Soares (2004), que discute sobre as questões do processo de letramento, e J. Rüsen (2006) para reforçar ideias básicas da didática da História.
O grupo que discute o Ensino de História nos anos iniciais também contabiliza três trabalhos. “Que História é essa? Letramento em História nos anos iniciais do ensino fundamental” é o texto de Rafael Privatti. Ele estuda a prática de professores de História nos anos iniciais do ensino fundamental em três escolas estaduais no Estado do Rio de Janeiro. O trabalho coloca em pauta a formação de professores para o ensino da História da África, cultura afro-brasileira e das culturas indígenas, questionando a qualidade do letramento em História. Contudo, o autor não usa estudiosos que discutam alfabetização histórica.
O texto “Projeto conhecer Londrina: Ensinando história nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental por meio da cidade”, de Eliane Candoti e Juliana Carvalho, estuda a formação continuada dos professores dos Anos Iniciais e narra a implementação do referido projeto junto aos alunos do 4º ano da Escola Municipal Profª Tereza Canhadas Bertan, no Jardim União da Vitória IV. Segundo as autoras, transformar a cidade em objeto do Ensino de História possibilita a aquisição de conhecimentos mais significativos no processo escolar. Elas utilizam P. Lee (2006) para reforçar a importância do projeto como estimulante da reflexão das realidades distintas, do desenvolvimento da capacidade de ler o mundo a partir de fontes materiais e imateriais e pelo potencial problematizar e propor discussões sobre as diferentes temporalidades e contextos históricos.
O último texto desse bloco de Ensino de História nos Anos Iniciais intitula-se “Os diálogos e reflexões infantis acerca do Ensino de História nos Anos Iniciais: um estudo de caso da Rede Salesiana em Rio Grande/RS”. Nele, Fabíola Guerreiro e Adriana Senna divulgam resultados de um estudo de caso sobre consciência histórica, o papel de professor e o desenvolvimento das noções temporais das crianças e o saber histórico. Seus aportes teóricos são: M. Cainelli e M. A. Schmidt (2009), I. Barca (2008; 2010) e J. Rüsen (1987; 2010).
O último bloco de textos é formado iniciativas que focam a alfabetização histórica. O trabalho de Elaine Silva e Rita Santos, “Ensino de História: representações e concepções da infância nos livros didáticos dos anos iniciais” – examina as ilustrações dos livros didáticos, utilizados nas séries iniciais em uma escola da rede pública da cidade de Rio Grande para coletar concepções de infância os materiais expressam por imagens. As autoras, contudo, não utilizam nenhum referencial que trata da alfabetização histórica, mesmo lidando com os anos iniciais. O foco está nas concepções de infância.
O trabalho intitulado “Democracia no Brasil: o que dizem as narrativas de jovens estudantes?”, de Aaron Reis, estuda as ideias substantivas de democracia em estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental em uma escola pública em São Paulo, fazendo uso de P. Lee (2005). Também usa M. A. Schmidt (2005) para apresentar os conceitos estruturantes da metodologia da Educação Histórica (como os conceitos substantivos, metahistóricos, disciplinares ou de segunda ordem) e J. Rüsen (2001; 2014; 2015), para reforçar as discussões sobre Teoria da História, Didática da História e Consciência Histórica.
A produção seguinte, com o título de “Tornar-se professor de história: a experiência como bolsista PIBID”, de Luciana Rossato e Núcia Oliveira, tem como objeto a formação de professores de História, observando a situação das experiências narradas por bolsistas e ex-bolsistas do PIBID/História/UDESC. O trabalho emprega também P. Lee (2006), fixando o conceito de literacia histórica, e I. Barca (2004), ao explicar o fazer histórico nas aulas da disciplina História. Ambos são empregados no esclarecimento da complexidade do Ensino de História para crianças e adolescentes.
O texto de Edinalva Aguiar, “Dando voz aos alunos: a importância da História escolar para a vida”, por sua vez, questiona os tipos de Consciência Histórica desenvolvidos entre alunos. Nesta produção, I. Barca (2001) é o único referencial citado, no sentido de apresentar as preocupações fundamentais da Educação Histórica.
Em “Educação Histórica e Ensino de História mediado por fontes: reflexão-em-ação sobre a prática docente em História”, Geovanio Rodrigues e Augusto Miranda exploram fontes históricas como mediadores do Ensino de História mediado. Na tarefa, servem-se de teses de I. Barca (2001) para definir “explicação histórica” e P. Lee (2001), no uso da “empatia histórica”.
Jaqueline Zarbato também situa o seu trabalho no campo da Educação Histórica. Seu texto – “Ensino de História, patrimônio cultural e memória: abordagens e reflexões nas aulas de história a partir da Educação Histórica” – é orientado pelos referenciais de I. Barca (2012) e J. Rüsen (1997; 2010; 2013). Esses teóricos são empregados, respectivamente, para definir Educação Histórica e conceituar as teorias do aprendizado histórico e a ação da didática do aprendizado histórico.
O trabalho de Adriana Oliveira, “O estudo da memória e da identidade cultural na formação do pensamento histórico de estudantes dos anos finais do ensino fundamental”, analisa práticas de Ensino de História auxiliem na formação do cidadão crítico, consciente do seu papel na sociedade e com efetivo conhecimento do contexto sócio-histórico ao qual está inserido. As atividades que intermedeiam essas metas são baseadas em conceitos de aprendizagem e pensamento histórico, extraídos de J. Rüsen (2006) e aspectos da didática na Educação Histórica, defendidos por M. A. Schmidt.
O “Ensinar e aprender história no 6º ano do ensino fundamental: reflexões sobre o tempo e o pensamento histórico”, de Elaine Mayer, aborda o Ensino de História no sexto ano, analisando os questionários respondidos por alunos de duas escolas situadas na cidade de Ponta Grossa no estado do Paraná. Buscando os conhecimentos prévios dos alunos e identificando as relações entre a história ensinada e a respectiva formação do pensamento histórico, a autora utiliza de teóricos que discutem a literacia histórica. De I. Barca (2001), extrai orientações sobre a importância da compreensão dos conceitos históricos relacionados às vivencias daqueles que os aprendem. De P. Lee (2001) e M. A. Schmidt (2005; 2012), recolhe os conceitos necessários ao ensino e aprendizagem de História.
Explorando outro trabalho – “Experiências na Sala de Aula: Tretas entre a Música e a Educação Histórica” – verificamos que a relação entre a Educação Histórica e a música é também uma possibilidade para a promover situações de ensino-aprendizagem em História. Seu autor, Gabriel Souza, experimenta sua proposta de interação e produção com/de manifestações culturais em uma escola pública de São Leopoldo. Com a intenção de analisar os discursos produzidos sobre o sistema escravista no século XIX, considerando, especialmente, as músicas assim como livro didático, produções historiográficas e fontes históricas, por exemplo, e os saberes dos alunados constituídos em suas vidas práticas, o autor emprega estudos de I. Barca (2012) que, juntamente com M. A. Schmidt (2012), exploram o ensino e aprendizagem referentes à Educação Histórica.
“Sobre empatia histórica e imaginação: o uso do RPG no Ensino de História”, de Juliano Pereira, é uma iniciativa de pesquisa demonstrar as possibilidades desse recurso lúdico no desenvolvimento da progressão de ideias históricas por parte dos alunos. Seu autor espera da utilização dos jogos estimulem o desenvolvimento da empatia histórica, termo que é desenvolvido pelos referenciais R. Ashby e P. Lee (2001), M. A. Schmidt, T. Garcia (2006) e I. Barca (2001).
Dois trabalhos discorrem sobre o Ensino de História e temas controversos. O primeiro foi escrito por Aline Marciel, Daniela Daubian e Osvaldo Junior e se intitula “ ‘UM TIRANO ESTÁ DE VOLTA!’: o cinema e a aprendizagem histórica de temas controversos”. A meta dos autores é investigar as ideias históricas dos alunos acerca do nazismo e de Adolf Hitler, no 3º ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual de Cuiabá. Ao analisar a relação dos discentes com o cinema e construir uma proposta de intervenção, na perspectiva da investigação em Educação Histórica, os autores abordam o cinema como fonte histórica na aula de História. Para argumentar sobre as chamadas “burdening history”, M. A. Schmidt (2015) é um dos orientadores escolhidos, bem como I. Barca (2005; 2007; 2010) e J. Rüsen (2001; 2007; 2010) que dissertam sobre metodologia e consciência histórica.
O segundo texto que medeia a discussão de questões sensíveis e latentes é intitulado de “Ideias históricas de jovens estudantes do ensino médio acerca da criminalidade infantil: cinema e aprendizagem histórica”. Foi escrito por Amanda Costa, Igor Soares e Richard Salazar que também propõem a utilização de filmes como recurso didático em aulas no Ensino Médio. Na pesquisa, os as orientações sobre estratégias de investigação, provenientes da Educação Histórica, são: I. Barca (2007) e D. Schmidt (2015), fornecedora do conceito de “burdening history”.
A produção seguinte chama-se “O tema da história difícil em teses e dissertações produzidas na região sul do Brasil”. Sua autora, de Carla Silva, aborda conceitos substantivos sobre a ditadura militar e a escravização africana no Brasil, nos cursos de mestrado e doutorado. O texto é um dos mais elaborados da lista e se apoia em três autores que discutem a literacia histórica: P. Lee (2001), M. A. Schmidt (2015; 2016) e I. Barca (2009). Respectivamente, esses autores são usados para tratar de ‘conceitos substantivos’, “burdening history” de alguns aspectos do ensino e aprendizagem de História.
O escrito de Sérgio Scorsato, “Consciência histórica, neurociência e aprendizagem de temas controversos da História”, trata também da chamada “história difícil”, porém, relaciona o tema à consciência histórica, com aportes da neurociência, já indicadas no título. Ele faz uso de P. Lee (2006) e D. Schmidt (2015), sendo o último empregado para informar sobre “burdening history” e o primeiro, juntamente com J. Rüsen (2010; 2011; 2015), para discutir o conceito de consciência.
A última produção identificada, “Conflitos: disputas entre narrativas e sentidos na relação entre cultura e consciência histórica em uma pesquisa colaborativa no IFPR (Campus Curitiba)”, de Thiago Oliveira, tem a intenção de analisar elementos que se relacionam ao paradigma narrativo da práxis histórica, deslocando enunciações dos alunos (como expressão da consciência histórica) que evidenciam aspectos políticos, culturais e éticos nas formas de atribuição de sentido à experiência humana no tempo. No texto, Isabel Barca (2004) é usada para discutir “qualidade” da Educação Histórica, enquanto M. A. Schmidt (2015) fundamenta o significado “burdening history” e J. Rüsen (2001; 2014; 2015) fornece a ideia de consciência histórica.
Conclusões
Estabelecendo uma análise comparativa com relação às frequências em que o tema aparece nos diferentes eventos pesquisados, constatamos que a quantidade de eventos da ANPEd foi superior ao número de eventos especializados em Ensino de História. Porém, os últimos tiveram uma quantidade maior de textos selecionadas para verificação.
Ao longo dos anos, houve um aumento das produções quando unidas as informações das duas pesquisas, ou seja, dos eventos da área de Educação e dos eventos da área de Ensino de História. Do ano de 2013, somente um trabalho escrito foi colhido. No ano 2015, a quantidade aumenta significativamente, sendo 10 textos selecionados. No ano 2017, a apuração diminui muito, mas ainda fica acima do primeiro ano, contando com 2 produções. No ano de 2018, período com o maior conjunto, os escritos atingiram 14 ao total.
Comparando o material encontrado nos dois tipos de evento, percebemos que não há diferença qualitativa entre os textos da ANPED e os textos dos eventos especializados em Ensino de História. Em ambos os casos, os trabalhos preenchem os três critérios mencionados na introdução deste texto.
Em relação as pesquisas empreendidas no portal da ANPEd, constatamos que a temática “Ensino de História” não pode ser considerada um assunto descartado, mesmo com números baixos de trabalhos encontrados. O caráter residual se explica, inclusive, pela amplitude dos assuntos que abarcam a Educação, cobertos pela referida Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
Também é pertinente observarmos que, nos eventos que tratam do Ensino de História, a quantidade de escritos acerca dos anos iniciais da educação básica é superior aos trabalhos do gênero, apresentados nos eventos destinados à Educação.
Sobre as perspectivas interpretativas e os referenciais teóricos mobilizados nas escritas colhidas, constatamos uma variação expressiva na escolha de bibliografia e autoria, mas de uso qualitativamente diferente, com algumas abordagens superficiais de categorias e autores. Essa variedade se estendeu também no aspecto das linhas de pesquisa dos referentes, ficando evidente que não são somente pesquisadores da Educação ou da História que são selecionados para fundamentar os debates sobre o tema, ainda que sejam maioria.
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Autora
Ana Beatriz dos Santos Silva é graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). É professora dos anos iniciais na educação básica em Japaratuba-SE e Carmópolis-SE. Entre outros trabalhos, publicou “Alfabetização Histórica” e “A oferta pública de educação no município de Aracaju-SE“. ID Currículo Lattes: https://lattes.cnpq.br/1896804726273252; ID Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7333-3138; E-mail: sasanabeatriz@gmail.com.
Para citar este artigo
SILVA, Ana Beatriz dos Santos. Alfabetização Histórica em congressos educacionais brasileiros (1977-2021). Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.9, jan./fev., 2023. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/alfabetizacao-historica-em-congressos-educacionais-brasileiros-1977-2021/>. DOI: 10.29327/254374.3.9-12
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