História Regional sem fronteiras – Resenha de Verlaneyde Maniçoba de Sá Koch (PPGEAFIN/Uneb) sobre o livro “Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas”, organizado por Moiseis Sampaio e Sandra Fernándezba de Sá Koch

Moiseis de Oliveira Sampaio  e Sandra Fernández | Imagens: AcademiaEduCONICET/ISHIR

Resumo: O livro aborda diversas questões históricas e socioculturais regionais, tanto no Brasil como na Argentina. Entre os temas abordados, estão: a construção de ferrovias e seus impactos nas economias e sociedades locais; a dominação senhorial no sertão baiano; a sociabilidade e consumo cultural em Rosário, a autoridade criolla em cartas de viagem em Santa Fé; a vida nas comunidades ferroviárias de San Cristóbal e Laguna Paiva; e a relação entre a questão regional e as organizações armadas na Argentina nas décadas de 1960 e 1970.

Palavras-chave: História Regional, História Local, Histórias do Brasil e da Argentina.


Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas, organizada por Moiseis Sampaio e Sandra Fernández, foi publicada em 2021 pela Edufba. Ela é composta por contribuições de quatro pesquisadores e professores brasileiros (Moiseis de Oliveira Sampaio, José Jorge Andrade Damasceno, Jakson André Ferreira e Keite Maria Santos) e oito argentinos (Sandra Fernández, Micaela Yunis, Aldana Pulido, Paula Caldo, Ronen Man, Paula Sedran, Luisina Agostini e Laura Pasquali). A obra trata de uma avaliação da história regional a partir das transformações ocorridas no meio do século XIX e início do século XX motivadas pelo progresso tecnológico.

Os onze textos que compõem o livro estão divididos em duas partes: cinco deles são em português e seis em espanhol. Ao consumir esta obra, o leitor poderá compreender melhor a história regional no Brasil e na Argentina, com ênfase na Bahia, além de ter uma visão sobre a realidade dos locais descritos, suas culturas e suas formas distintas e singulares de se expressarem.

Sobre os organizadores, Moiseis de Oliveira Sampaio é doutor em História pela Universidad Nacional de Rosario (UNR) e mestre em História Regional e Local pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Já Sandra Fernández é doutora em História pela Universidad Nacional de Rosario (UNR) e mestre em Ciências Sociais pela Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO). Sampaio é professor no curso de História na UNEB Campus I – Salvador e também do Programa de Pós-graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN). Já Fernandez é pesquisadora principal do Conselho Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) e diretora da Unidad Ejecutora en Red Investigaciones Sociohistóricas Regionales (ISHIR) vinculada ao Conicet da UNR. Além disso, é professora titular da cátedra de História Regional na UNR e docente de pós-graduação em universidades argentinas e estrangeiras.

Na apresentação, os organizadores justificam a demanda pela pesquisa regional/local na Bahia a partir da chegada das universidades estaduais com cursos de licenciatura em História na década de 1980 e, posteriormente, do mestrado em História Regional Local em 1997. A HR na Argentina se justifica por meio da interação com o México e do contato com historiadores latino-americanos e espanhóis, no final do século XX, onde a pesquisa sobre esse tema já era bem desenvolvida e consolidada.

As primeiras páginas apresentam um panorama do conteúdo do livro e, por isso, é uma importante referência para aqueles interessados em pesquisar a História Regional. No entanto, peca por apresentar um período muito longo no primeiro parágrafo, o que pode prejudicar a compreensão do leitor. Também há repetição excessiva e não justificada de termos. Essas falhas podem ser facilmente corrigidas em uma próxima edição.

“História Regional no Brasil: Balanços, Perspectivas e Alcance”, de Moiseis Sampaio, é o primeiro texto da coletânea. Ele descreve a história regional/local como um tema interdisciplinar, pois mantém relações com os campos cultural, geográfico, econômico, jurídico, administrativo e sócio-histórico. O autor reforça o valor do campo da HR no século XX e confirma que o estudo sobre este tema tem aumentado a partir de 2020, sugerindo que o mundo está se tornando mais nacionalista e regionalizado. No entanto, ele destaca a importância de se ter cuidado ao escolher as fontes ao tratar de temas regionais. Ao final, Sampaio alerta os pesquisadores dessa temática para considerar a região como um lugar com características próprias, dimensões reduzidas, aspectos singulares e que permite análise diferenciada em comparação ao espaço macro. Este é um texto bem escrito, quase poético, pela forma suave como o assunto é abordado. A linguagem é clara e objetiva, tornando difícil parafrasear o que o autor disse, pois suas palavras expressam muito bem.

“Bahia and San Francisco Railway: Impactos econômicos, políticos e sociais nas vilas e povoados do primeiro trecho (1852-1863)”, de Keite Maria do Nascimento Lima, traça uma visão geral da relação entre ferrovia, cidade e poder em Alagoinhas e outras regiões percorridas pela ferrovia “Bahia and São Francisco Railway”, como Mata de São João, Pojuca e Santana do Catu, no fim do século XIX e início do século XX. A pesquisa destaca as transformações urbanas e a estruturação da dominação resultante da implantação de caminhos de ferro no agreste baiano e apresenta os impactos políticos, econômicos e sociais nas áreas distritais açucareiras. O texto termina com um resultado surpreendente para o leitor, resultado de um esforço e dedicação contínuos da autora. O capítulo é escrito de forma bem didática e reflete o engajamento da autora com o tema.

Em “Histórias e Memórias da cidade: Alagoinhas nas trilhas da “era das ferrovias (1856-1896)”, José Jorge Damasceno apresenta a história da cidade de Alagoinhas, desde sua época como vila até se tornar uma cidade ferroviária, mostrando como sua implantação foi a principal responsável pelo processo de ocupação e urbanização na região. O texto destaca o desenvolvimento econômico, político e social na cidade na última década do século XIX, objetivando apresentar como era a cidade antes de se tornar próspera, destacando o impacto de uma ferrovia no desenvolvimento de uma área, facilitando o acesso, a exportação e importação de produtos. O autor enfatiza que o texto não foi escrito para ser publicado em uma revista científica, o que pode explicar a necessidade de uma revisão. Embora o texto seja longo e utilize um vocabulário rebuscado para um leitor menos experiente, ele atende aos objetivos propostos.

No quarto texto, intitulado “Terá o meu único ferro: dominação senhorial no sertão baiano – Morro do Chapéu, século XIX”, o historiador Jakson Ferreira analisa o testamento de um dos homens mais influentes de Morro do Chapéu, no século XIX, para entender como a ideologia senhorial e a política de dominação baseada no paternalismo estavam presentes no sertão baiano. Como todo testamento, o documento apresentava os últimos desejos e ordens do coronel Quintino Soares da Rocha, o homem mais rico daquela época e região, de acordo com Ferreira. A história regional na Bahia apresentada por Ferreira mostra que a origem do poder político dos grupos familiares nas aldeias ou freguesias da Província da Bahia se deveu a uma base econômica associada à posse de terras, tendo como base a criação de gado e a mineração. A pesquisa apresenta de forma detalhada e bem escrita uma estrutura política intercalada por relações de favor, dependência e clientelismo.

O quinto texto, intitulado “Escala, espaço, lugar: reflexões sobre a perspectiva regional/local”, escrito pela argentina Sandra Fernández, é o primeiro a compor a segunda parte da coletânea produzida por historiadores argentinos, e está expresso em português. Nele, a autora reflexiona sobre o período em que a história regional ganha mais força nas universidades, comparando os espaços regionais e locais e a relação entre a agroexportação e o movimento operário. Fernández alerta o pesquisador de história regional para diferenciar escala, espaço e lugar. Metaforicamente, compara a metodologia da pesquisa em micro-história a um microscópio que aproxima o olhar para uma melhor compreensão. Portanto, deve ser extremamente analisado, pois responderá aos resultados da pesquisa e delimitará o objeto de estudo, cenários essenciais para especificar sua contextualidade. Em outras palavras, na pesquisa regional e local, é necessário entender os conceitos de micro e espaço, priorizar o que pesquisar, como e por quê. Nesse sentido, os textos de Sampaio e Fernández dialogam e se complementam perfeitamente.

O texto “La modernidad en escena: teatros, consumos culturales e sociabilidade em Rosario (1850-1910)”, de Micaela Yunis, aborda a importância do teatro como principal forma de lazer e sociabilidade na cidade de Rosário, na Argentina, na segunda metade do século XIX. O objetivo é examinar o papel dessa arte em sua época de maior ascensão em Rosário como um espaço de sociabilidade e consumo cultural em um momento crucial de mudanças urbanas e sociais. Yunis analisa o teatro em Rosário, além do seu papel de entretenimento e sua funcionalidade, mostrando ao leitor a sua chegada quando os habitantes ainda não estavam preparados para recebê-la. O texto destaca o fato de que as atividades teatrais foram determinantes para compor os aspectos culturais e sociais da cidade, assim como na busca por projetar uma sociedade moderna e culta. Conforme a cidade se modernizava, o teatro acompanhava esse progresso, afirma Yunis. Esta pesquisa revelou que o teatro como espaço cultural e social é responsável por posicionar a cidade como um centro cultural no cenário internacional.

A pesquisa “Entre Rosario e Mar del Plata, o el Mar Mirado desde la llanura: Crónicas de sociabilidade y ocio a fines de la década de 1920”, de Aldana Pulido e Paula Caldo, apresenta uma análise sobre práticas sociais relacionadas ao lazer e descanso nos verões em Mar del Plata, na Argentina, entre 1920 e 1930, sob a perspectiva do jornal La Capital de Rosário. Problematiza a entrada e a permanência de turistas e não turistas em lugares privilegiados, especialmente o tratamento diferenciado para as elites argentinas que passavam o verão inteiro na cidade. Devido ao fluxo social e econômico, a cidade se tornou um dos lugares mais importantes da Argentina na época, graças ao grande fluxo de turistas de classe alta que vinham passar férias no local e buscar liberdade. Embora as autoras tenham dito sobre qual assunto abordariam, o texto ganhou ampla dimensão. O escrito cumpre o que se propõe, mas poderia ser elaborado de forma mais atraente e objetiva, sem a presença de grandes citações diretas que ocupam quase uma página.

“Um Equilíbrio Metodológico e Conceitual ao redor dos Estudos Regionais e Locais: Perspectivas Comparadas de Viajantes sobre a Região Santafesina”, de Ronen Man, apresenta uma análise comparativa, na perspectiva da História, em 1910, entre a cidade de Rosário, no sul, e a capital Santa Fé. A pesquisa investiga as semelhanças e diferenças entre essas cidades em termos de constituição de suas concepções urbanas, não apenas do ponto de vista discursivo, mas também sociocultural e econômico, a fim de desconstruir estereótipos historiográficos e construir um novo contexto sobre a história de Rosário e Santa Fé. Essa pesquisa é relevante porque apresenta conceitos e categorias para abordar a história local, analisar práticas, divergências e conflitos nas cidades durante esse período e destacar pontos de tensão e contraste através de uma síntese sobre a história da região santafesina. É um texto longo, porém rico em referências teóricas e de uma linguagem acessível, apesar de um pouco rebuscada. É apropriado para diversas áreas do conhecimento, tornando-se uma leitura valiosa.

“Autoridade Crioula sobre Moral e Civilização: O Lugar dos Comportamentos nas Cartas de Viagem de Gabriel Carrasco – Santa Fé, Argentina, 1890”, de Paula Sedran, analisa as representações sobre o comportamento de imigrantes europeus presentes na obra Cartas de Viagem, Do Atlântico ao Pacífico e Um Argentino na Europa (1890a), de Gabriel Carrasco. Sedran considera o local-regional fundamental neste estudo, na medida em que ele propõe proporcionar as colônias aos imigrantes do território de Santa Fé. A autora parte da perspectiva da busca pela criação, produção ou interpretação de sentido, investigando o dito e o não dito sobre vínculos, interações e comportamentos sustentados e recorrentes em Carrasco. Vale destacar que a leitura das cartas de Carrasco pode causar maior expectativa no leitor do que este próprio texto, uma vez que o autor se preocupou mais em descrever sua fonte do que sua própria pesquisa.

“As comunidades ferroviárias de San Cristóbal e Laguna Paiva: Trabalho Ferroviário, Sociabilidades e Práticas entre 1920 e 1940”, de Luisina Agostini, destaca a importância das comunidades ferroviárias como responsáveis por impulsionar a economia da região e fortalecer os núcleos socioeconômicos no desenvolvimento ferroviário regional. Seu objetivo é retratar a estrutura da materialidade coletiva do trabalho ferroviário durante o período em que as oficinas ferroviárias de Santa Fé experimentaram importantes avanços urbanos, sindicais, culturais, educacionais e políticos.

San Cristoban industrial | Imagem: MPCartas

Para isso, ela revisita a história e as características geográficas das localidades, tanto durante a época de prosperidade quanto de declínio. O texto demonstra que, apesar das oscilações econômicas e políticas da história argentina do século XX, onde as políticas ferroviárias não foram duradouras e benéficas para os trabalhadores, o estudo das comunidades ferroviárias é significativo porque reflete a identidade local dos indivíduos que souberam transmitir as experiências de trabalho e engajamento social a seus descendentes. Embora escrito de forma não linear, o texto não prejudica a compreensão. Sua estrutura segue o padrão de um projeto, apresentando todos os pontos de forma sequenciada. É um texto curto, mas rico em informações, escrito em uma linguagem clara, com alguns termos técnicos.

O último texto é de Laura Pasquali: “A Impronta da Questão Regional no Estudo das Organizações Armadas Durante as Décadas de 1960 e 1970 na Argentina”. Seu objetivo é analisar o espaço regional, a formação da guerrilha, o desenvolvimento das frentes e ações armadas, e relacionar esses aspectos a outras organizações, ao crescimento quantitativo e qualitativo, ao posicionamento perante a realidade política e social, tanto nacional como internacional, e às lógicas nas quais o espaço local e regional teve influência. A autora apresenta um panorama e uma relação entre partidos e organizações armadas na Argentina entre 1960 e 1970, a fim de problematizar em torno das particularidades regionais/locais da militância. Descreve como os conflitos armados dos populares e dos operários trouxeram ao país prejuízo econômico, mas por outro lado, marcaram as distinções da militância regional em oposição ao regime militar. O texto não é tão claro como os outros, porque exige um conhecimento mais amplo sobre o tema em questão, mas é tão relevante quanto aos demais, principalmente porque permite entender os movimentos sociais como forma de não silenciar diante das injustiças sociais.

Esta resenha não teve a intenção hierarquizar ou classificar a coletânea. Todos os autores merecem destaque pelo empenho na escrita, estudo, levantamento de dados, clareza e excelente contribuição para o campo da pesquisa regional na Bahia. O mesmo pode ser dito dos historiadores argentinos, que trouxeram sua rica história para o nosso conhecimento e contexto social. Em resumo, o livro é uma ferramenta de análise para estudiosos da pesquisa regional, bem como uma fonte de informação histórica sobre Rosário e Santa Fé, na Argentina. É possível dizer que esta obra se assemelha a um Guia Histórico, do meio do século XIX ao meio do século XX, sobre o interior da Bahia, mais precisamente Alagoinhas e Morro do Chapéu, e da Argentina, devido ao rico detalhamento que os autores fazem cuidadosamente para nós. Alguns textos até tratam do mesmo assunto, porém cada um apresenta sua singularidade.

Sumário de Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas

  • Apresentação
  • 1. História regional no Brasil balanço, perspectivas e alcance | Moiseis Sampaio
  • 2. Bahia and San Francisco Railway, a ferrovia que rasgou o interior baiano impactos econômicos, políticos e sociais nas vilas e povoados do primeiro trecho (1852-1863) | Keite Maria do Nascimento Lima
  • 3. Histórias e memórias da cidade Alagoinhas nas trilhas da “era das ferrovias” (1856-1896) | José Jorge Damasceno
  • 4. “Terá o meu único ferro” dominação senhorial no sertão baiano – Morro do Chapéu, século XIX | Jackson Ferreira
  • 5. Escala, espaço, lugar reflexões sobre a perspectiva regional/local | Sandra Fernández
  • 6. La modernidad en escena teatros, consumos culturales y sociabilidad en Rosario (1850-1910) | Micaela Yunis
  • 7. Entre Rosario y Mar del Plata o el mar mirado desde la llanura… crónicas de sociabilidad y ocio a fines de la década de 1920 | Aldana Pulido Paula Caldo
  • 8. Un balance metodológico y conceptual entorno a los estudios regionales y locales perspectivas comparadas de viajeros sobre el ámbito regional santafesino | Ronen Man
  • 9. Autoridad criolla sobre moral y civilización el lugar de los comportamientos en las cartas de viaje de Gabriel Carrasco – Santa Fe, Argentina, 1890 | Paula Sedran
  • 10. Las comunidades ferroviarias de San Cristóbal y Laguna Paiva trabajo ferroviario, sociabilidades y prácticas entre 1920 y 1940 | Luisina Agostini
  • 11. La impronta de la cuestión regional en el estudio de las organizaciones armadas durante las décadas de 1960 y 1970 en Argentina | Laura Pasquali

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Resenhista

Verlaneyde Maniçoba de Sá Koch é Licenciada em Letras e Pós-Graduada em Estudos Linguísticos e Literários (Uneb), Especialização em Gestão Escolar (UFBA), professora da rede municipal de Central/BA e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN/Uneb). Publicou entre outros trabalhos: A mulher em Ó Paí, ó: porta voz de uma denúncia e de representações identitárias (2010), Negritude e poesia brasileira um olhar sobre Luiz Gama e Solano Trindade (2006)  e O perfil feminista na ficção baiana: uma reflexão sobre as mulheres de Jorge Amado (2007). Redes Sociais: ID Lattes: https://lattes.cnpq.br/7110503189829622; ID ORCID:(https://orcid.org/0000-0002-2321-607X; E-mail: verlaneydekoch@hotmail.com.


Para citar esta resenha

SAMPAIO, Moiseis de Oliveira; FERNÁNDEZ, Sandra (Orgs). Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas. Salvador: Edufba, 2021. 316p. Resenha de: KOCH, Verlaneyde Maniçoba de Sá. Regional e sem fronteiras. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.10, mar./abr., 2023. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/historia-regional-sem-fronteiras-resenha-de-brasil-e-argentina-na-pesquisa-regional-local-contemporanea-escalas-periodizacoes-e-problemas-organizado-por-moiseis-sampaio/> DOI: 10.29327/254374.3.10-7


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n. 10, mar./abr., 2023 | ISSN 2764-2666

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História Regional sem fronteiras – Resenha de Verlaneyde Maniçoba de Sá Koch (PPGEAFIN/Uneb) sobre o livro “Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas”, organizado por Moiseis Sampaio e Sandra Fernándezba de Sá Koch

Moiseis de Oliveira Sampaio  e Sandra Fernández | Imagens: AcademiaEduCONICET/ISHIR

Resumo: O livro aborda diversas questões históricas e socioculturais regionais, tanto no Brasil como na Argentina. Entre os temas abordados, estão: a construção de ferrovias e seus impactos nas economias e sociedades locais; a dominação senhorial no sertão baiano; a sociabilidade e consumo cultural em Rosário, a autoridade criolla em cartas de viagem em Santa Fé; a vida nas comunidades ferroviárias de San Cristóbal e Laguna Paiva; e a relação entre a questão regional e as organizações armadas na Argentina nas décadas de 1960 e 1970.

Palavras-chave: História Regional, História Local, Histórias do Brasil e da Argentina.


Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas, organizada por Moiseis Sampaio e Sandra Fernández, foi publicada em 2021 pela Edufba. Ela é composta por contribuições de quatro pesquisadores e professores brasileiros (Moiseis de Oliveira Sampaio, José Jorge Andrade Damasceno, Jakson André Ferreira e Keite Maria Santos) e oito argentinos (Sandra Fernández, Micaela Yunis, Aldana Pulido, Paula Caldo, Ronen Man, Paula Sedran, Luisina Agostini e Laura Pasquali). A obra trata de uma avaliação da história regional a partir das transformações ocorridas no meio do século XIX e início do século XX motivadas pelo progresso tecnológico.

Os onze textos que compõem o livro estão divididos em duas partes: cinco deles são em português e seis em espanhol. Ao consumir esta obra, o leitor poderá compreender melhor a história regional no Brasil e na Argentina, com ênfase na Bahia, além de ter uma visão sobre a realidade dos locais descritos, suas culturas e suas formas distintas e singulares de se expressarem.

Sobre os organizadores, Moiseis de Oliveira Sampaio é doutor em História pela Universidad Nacional de Rosario (UNR) e mestre em História Regional e Local pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Já Sandra Fernández é doutora em História pela Universidad Nacional de Rosario (UNR) e mestre em Ciências Sociais pela Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO). Sampaio é professor no curso de História na UNEB Campus I – Salvador e também do Programa de Pós-graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN). Já Fernandez é pesquisadora principal do Conselho Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) e diretora da Unidad Ejecutora en Red Investigaciones Sociohistóricas Regionales (ISHIR) vinculada ao Conicet da UNR. Além disso, é professora titular da cátedra de História Regional na UNR e docente de pós-graduação em universidades argentinas e estrangeiras.

Na apresentação, os organizadores justificam a demanda pela pesquisa regional/local na Bahia a partir da chegada das universidades estaduais com cursos de licenciatura em História na década de 1980 e, posteriormente, do mestrado em História Regional Local em 1997. A HR na Argentina se justifica por meio da interação com o México e do contato com historiadores latino-americanos e espanhóis, no final do século XX, onde a pesquisa sobre esse tema já era bem desenvolvida e consolidada.

As primeiras páginas apresentam um panorama do conteúdo do livro e, por isso, é uma importante referência para aqueles interessados em pesquisar a História Regional. No entanto, peca por apresentar um período muito longo no primeiro parágrafo, o que pode prejudicar a compreensão do leitor. Também há repetição excessiva e não justificada de termos. Essas falhas podem ser facilmente corrigidas em uma próxima edição.

“História Regional no Brasil: Balanços, Perspectivas e Alcance”, de Moiseis Sampaio, é o primeiro texto da coletânea. Ele descreve a história regional/local como um tema interdisciplinar, pois mantém relações com os campos cultural, geográfico, econômico, jurídico, administrativo e sócio-histórico. O autor reforça o valor do campo da HR no século XX e confirma que o estudo sobre este tema tem aumentado a partir de 2020, sugerindo que o mundo está se tornando mais nacionalista e regionalizado. No entanto, ele destaca a importância de se ter cuidado ao escolher as fontes ao tratar de temas regionais. Ao final, Sampaio alerta os pesquisadores dessa temática para considerar a região como um lugar com características próprias, dimensões reduzidas, aspectos singulares e que permite análise diferenciada em comparação ao espaço macro. Este é um texto bem escrito, quase poético, pela forma suave como o assunto é abordado. A linguagem é clara e objetiva, tornando difícil parafrasear o que o autor disse, pois suas palavras expressam muito bem.

“Bahia and San Francisco Railway: Impactos econômicos, políticos e sociais nas vilas e povoados do primeiro trecho (1852-1863)”, de Keite Maria do Nascimento Lima, traça uma visão geral da relação entre ferrovia, cidade e poder em Alagoinhas e outras regiões percorridas pela ferrovia “Bahia and São Francisco Railway”, como Mata de São João, Pojuca e Santana do Catu, no fim do século XIX e início do século XX. A pesquisa destaca as transformações urbanas e a estruturação da dominação resultante da implantação de caminhos de ferro no agreste baiano e apresenta os impactos políticos, econômicos e sociais nas áreas distritais açucareiras. O texto termina com um resultado surpreendente para o leitor, resultado de um esforço e dedicação contínuos da autora. O capítulo é escrito de forma bem didática e reflete o engajamento da autora com o tema.

Em “Histórias e Memórias da cidade: Alagoinhas nas trilhas da “era das ferrovias (1856-1896)”, José Jorge Damasceno apresenta a história da cidade de Alagoinhas, desde sua época como vila até se tornar uma cidade ferroviária, mostrando como sua implantação foi a principal responsável pelo processo de ocupação e urbanização na região. O texto destaca o desenvolvimento econômico, político e social na cidade na última década do século XIX, objetivando apresentar como era a cidade antes de se tornar próspera, destacando o impacto de uma ferrovia no desenvolvimento de uma área, facilitando o acesso, a exportação e importação de produtos. O autor enfatiza que o texto não foi escrito para ser publicado em uma revista científica, o que pode explicar a necessidade de uma revisão. Embora o texto seja longo e utilize um vocabulário rebuscado para um leitor menos experiente, ele atende aos objetivos propostos.

No quarto texto, intitulado “Terá o meu único ferro: dominação senhorial no sertão baiano – Morro do Chapéu, século XIX”, o historiador Jakson Ferreira analisa o testamento de um dos homens mais influentes de Morro do Chapéu, no século XIX, para entender como a ideologia senhorial e a política de dominação baseada no paternalismo estavam presentes no sertão baiano. Como todo testamento, o documento apresentava os últimos desejos e ordens do coronel Quintino Soares da Rocha, o homem mais rico daquela época e região, de acordo com Ferreira. A história regional na Bahia apresentada por Ferreira mostra que a origem do poder político dos grupos familiares nas aldeias ou freguesias da Província da Bahia se deveu a uma base econômica associada à posse de terras, tendo como base a criação de gado e a mineração. A pesquisa apresenta de forma detalhada e bem escrita uma estrutura política intercalada por relações de favor, dependência e clientelismo.

O quinto texto, intitulado “Escala, espaço, lugar: reflexões sobre a perspectiva regional/local”, escrito pela argentina Sandra Fernández, é o primeiro a compor a segunda parte da coletânea produzida por historiadores argentinos, e está expresso em português. Nele, a autora reflexiona sobre o período em que a história regional ganha mais força nas universidades, comparando os espaços regionais e locais e a relação entre a agroexportação e o movimento operário. Fernández alerta o pesquisador de história regional para diferenciar escala, espaço e lugar. Metaforicamente, compara a metodologia da pesquisa em micro-história a um microscópio que aproxima o olhar para uma melhor compreensão. Portanto, deve ser extremamente analisado, pois responderá aos resultados da pesquisa e delimitará o objeto de estudo, cenários essenciais para especificar sua contextualidade. Em outras palavras, na pesquisa regional e local, é necessário entender os conceitos de micro e espaço, priorizar o que pesquisar, como e por quê. Nesse sentido, os textos de Sampaio e Fernández dialogam e se complementam perfeitamente.

O texto “La modernidad en escena: teatros, consumos culturales e sociabilidade em Rosario (1850-1910)”, de Micaela Yunis, aborda a importância do teatro como principal forma de lazer e sociabilidade na cidade de Rosário, na Argentina, na segunda metade do século XIX. O objetivo é examinar o papel dessa arte em sua época de maior ascensão em Rosário como um espaço de sociabilidade e consumo cultural em um momento crucial de mudanças urbanas e sociais. Yunis analisa o teatro em Rosário, além do seu papel de entretenimento e sua funcionalidade, mostrando ao leitor a sua chegada quando os habitantes ainda não estavam preparados para recebê-la. O texto destaca o fato de que as atividades teatrais foram determinantes para compor os aspectos culturais e sociais da cidade, assim como na busca por projetar uma sociedade moderna e culta. Conforme a cidade se modernizava, o teatro acompanhava esse progresso, afirma Yunis. Esta pesquisa revelou que o teatro como espaço cultural e social é responsável por posicionar a cidade como um centro cultural no cenário internacional.

A pesquisa “Entre Rosario e Mar del Plata, o el Mar Mirado desde la llanura: Crónicas de sociabilidade y ocio a fines de la década de 1920”, de Aldana Pulido e Paula Caldo, apresenta uma análise sobre práticas sociais relacionadas ao lazer e descanso nos verões em Mar del Plata, na Argentina, entre 1920 e 1930, sob a perspectiva do jornal La Capital de Rosário. Problematiza a entrada e a permanência de turistas e não turistas em lugares privilegiados, especialmente o tratamento diferenciado para as elites argentinas que passavam o verão inteiro na cidade. Devido ao fluxo social e econômico, a cidade se tornou um dos lugares mais importantes da Argentina na época, graças ao grande fluxo de turistas de classe alta que vinham passar férias no local e buscar liberdade. Embora as autoras tenham dito sobre qual assunto abordariam, o texto ganhou ampla dimensão. O escrito cumpre o que se propõe, mas poderia ser elaborado de forma mais atraente e objetiva, sem a presença de grandes citações diretas que ocupam quase uma página.

“Um Equilíbrio Metodológico e Conceitual ao redor dos Estudos Regionais e Locais: Perspectivas Comparadas de Viajantes sobre a Região Santafesina”, de Ronen Man, apresenta uma análise comparativa, na perspectiva da História, em 1910, entre a cidade de Rosário, no sul, e a capital Santa Fé. A pesquisa investiga as semelhanças e diferenças entre essas cidades em termos de constituição de suas concepções urbanas, não apenas do ponto de vista discursivo, mas também sociocultural e econômico, a fim de desconstruir estereótipos historiográficos e construir um novo contexto sobre a história de Rosário e Santa Fé. Essa pesquisa é relevante porque apresenta conceitos e categorias para abordar a história local, analisar práticas, divergências e conflitos nas cidades durante esse período e destacar pontos de tensão e contraste através de uma síntese sobre a história da região santafesina. É um texto longo, porém rico em referências teóricas e de uma linguagem acessível, apesar de um pouco rebuscada. É apropriado para diversas áreas do conhecimento, tornando-se uma leitura valiosa.

“Autoridade Crioula sobre Moral e Civilização: O Lugar dos Comportamentos nas Cartas de Viagem de Gabriel Carrasco – Santa Fé, Argentina, 1890”, de Paula Sedran, analisa as representações sobre o comportamento de imigrantes europeus presentes na obra Cartas de Viagem, Do Atlântico ao Pacífico e Um Argentino na Europa (1890a), de Gabriel Carrasco. Sedran considera o local-regional fundamental neste estudo, na medida em que ele propõe proporcionar as colônias aos imigrantes do território de Santa Fé. A autora parte da perspectiva da busca pela criação, produção ou interpretação de sentido, investigando o dito e o não dito sobre vínculos, interações e comportamentos sustentados e recorrentes em Carrasco. Vale destacar que a leitura das cartas de Carrasco pode causar maior expectativa no leitor do que este próprio texto, uma vez que o autor se preocupou mais em descrever sua fonte do que sua própria pesquisa.

“As comunidades ferroviárias de San Cristóbal e Laguna Paiva: Trabalho Ferroviário, Sociabilidades e Práticas entre 1920 e 1940”, de Luisina Agostini, destaca a importância das comunidades ferroviárias como responsáveis por impulsionar a economia da região e fortalecer os núcleos socioeconômicos no desenvolvimento ferroviário regional. Seu objetivo é retratar a estrutura da materialidade coletiva do trabalho ferroviário durante o período em que as oficinas ferroviárias de Santa Fé experimentaram importantes avanços urbanos, sindicais, culturais, educacionais e políticos.

San Cristoban industrial | Imagem: MPCartas

Para isso, ela revisita a história e as características geográficas das localidades, tanto durante a época de prosperidade quanto de declínio. O texto demonstra que, apesar das oscilações econômicas e políticas da história argentina do século XX, onde as políticas ferroviárias não foram duradouras e benéficas para os trabalhadores, o estudo das comunidades ferroviárias é significativo porque reflete a identidade local dos indivíduos que souberam transmitir as experiências de trabalho e engajamento social a seus descendentes. Embora escrito de forma não linear, o texto não prejudica a compreensão. Sua estrutura segue o padrão de um projeto, apresentando todos os pontos de forma sequenciada. É um texto curto, mas rico em informações, escrito em uma linguagem clara, com alguns termos técnicos.

O último texto é de Laura Pasquali: “A Impronta da Questão Regional no Estudo das Organizações Armadas Durante as Décadas de 1960 e 1970 na Argentina”. Seu objetivo é analisar o espaço regional, a formação da guerrilha, o desenvolvimento das frentes e ações armadas, e relacionar esses aspectos a outras organizações, ao crescimento quantitativo e qualitativo, ao posicionamento perante a realidade política e social, tanto nacional como internacional, e às lógicas nas quais o espaço local e regional teve influência. A autora apresenta um panorama e uma relação entre partidos e organizações armadas na Argentina entre 1960 e 1970, a fim de problematizar em torno das particularidades regionais/locais da militância. Descreve como os conflitos armados dos populares e dos operários trouxeram ao país prejuízo econômico, mas por outro lado, marcaram as distinções da militância regional em oposição ao regime militar. O texto não é tão claro como os outros, porque exige um conhecimento mais amplo sobre o tema em questão, mas é tão relevante quanto aos demais, principalmente porque permite entender os movimentos sociais como forma de não silenciar diante das injustiças sociais.

Esta resenha não teve a intenção hierarquizar ou classificar a coletânea. Todos os autores merecem destaque pelo empenho na escrita, estudo, levantamento de dados, clareza e excelente contribuição para o campo da pesquisa regional na Bahia. O mesmo pode ser dito dos historiadores argentinos, que trouxeram sua rica história para o nosso conhecimento e contexto social. Em resumo, o livro é uma ferramenta de análise para estudiosos da pesquisa regional, bem como uma fonte de informação histórica sobre Rosário e Santa Fé, na Argentina. É possível dizer que esta obra se assemelha a um Guia Histórico, do meio do século XIX ao meio do século XX, sobre o interior da Bahia, mais precisamente Alagoinhas e Morro do Chapéu, e da Argentina, devido ao rico detalhamento que os autores fazem cuidadosamente para nós. Alguns textos até tratam do mesmo assunto, porém cada um apresenta sua singularidade.

Sumário de Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas

  • Apresentação
  • 1. História regional no Brasil balanço, perspectivas e alcance | Moiseis Sampaio
  • 2. Bahia and San Francisco Railway, a ferrovia que rasgou o interior baiano impactos econômicos, políticos e sociais nas vilas e povoados do primeiro trecho (1852-1863) | Keite Maria do Nascimento Lima
  • 3. Histórias e memórias da cidade Alagoinhas nas trilhas da “era das ferrovias” (1856-1896) | José Jorge Damasceno
  • 4. “Terá o meu único ferro” dominação senhorial no sertão baiano – Morro do Chapéu, século XIX | Jackson Ferreira
  • 5. Escala, espaço, lugar reflexões sobre a perspectiva regional/local | Sandra Fernández
  • 6. La modernidad en escena teatros, consumos culturales y sociabilidad en Rosario (1850-1910) | Micaela Yunis
  • 7. Entre Rosario y Mar del Plata o el mar mirado desde la llanura… crónicas de sociabilidad y ocio a fines de la década de 1920 | Aldana Pulido Paula Caldo
  • 8. Un balance metodológico y conceptual entorno a los estudios regionales y locales perspectivas comparadas de viajeros sobre el ámbito regional santafesino | Ronen Man
  • 9. Autoridad criolla sobre moral y civilización el lugar de los comportamientos en las cartas de viaje de Gabriel Carrasco – Santa Fe, Argentina, 1890 | Paula Sedran
  • 10. Las comunidades ferroviarias de San Cristóbal y Laguna Paiva trabajo ferroviario, sociabilidades y prácticas entre 1920 y 1940 | Luisina Agostini
  • 11. La impronta de la cuestión regional en el estudio de las organizaciones armadas durante las décadas de 1960 y 1970 en Argentina | Laura Pasquali

Para ampliar a sua revisão da literatura


Resenhista

Verlaneyde Maniçoba de Sá Koch é Licenciada em Letras e Pós-Graduada em Estudos Linguísticos e Literários (Uneb), Especialização em Gestão Escolar (UFBA), professora da rede municipal de Central/BA e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN/Uneb). Publicou entre outros trabalhos: A mulher em Ó Paí, ó: porta voz de uma denúncia e de representações identitárias (2010), Negritude e poesia brasileira um olhar sobre Luiz Gama e Solano Trindade (2006)  e O perfil feminista na ficção baiana: uma reflexão sobre as mulheres de Jorge Amado (2007). Redes Sociais: ID Lattes: https://lattes.cnpq.br/7110503189829622; ID ORCID:(https://orcid.org/0000-0002-2321-607X; E-mail: verlaneydekoch@hotmail.com.


Para citar esta resenha

SAMPAIO, Moiseis de Oliveira; FERNÁNDEZ, Sandra (Orgs). Brasil e Argentina na pesquisa regional/local contemporânea: escalas, periodizações e problemas. Salvador: Edufba, 2021. 316p. Resenha de: KOCH, Verlaneyde Maniçoba de Sá. Regional e sem fronteiras. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.10, mar./abr., 2023. Disponível em <https://www.criticahistoriografica.com.br/historia-regional-sem-fronteiras-resenha-de-brasil-e-argentina-na-pesquisa-regional-local-contemporanea-escalas-periodizacoes-e-problemas-organizado-por-moiseis-sampaio/> DOI: 10.29327/254374.3.10-7


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n. 10, mar./abr., 2023 | ISSN 2764-2666

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