Chamada – Novas Direitas em discussão
Nos últimos cinco anos, experimentamos verdadeira onda de estudos acadêmicos e de vulgarização sobre a atuação das novas direitas em vários lugares do planeta. A maioria deles foi escrita por profissionais da comunicação, sociólogos e politólogos.
No Brasil, não obstante o fenômeno estar na mídia e em moda, livros produzidos a partir de fenômenos nacionais e designados por expressões frequentes entre acadêmicos, a exemplo de “nova direita”, “direita radical”, “extrema direita”, “direita populista”, “nova onda conservadora” e “neofascismo” ou “ressurgência fascista” são desconhecidos entre os docentes em história por formação.
Por essa razão, a revista Crítica Historiográfica vai divulgar em bloco alguns desses títulos que eventual e potencialmente podem assumir funções didáticas para o ensino superior de História e a formação continuada em História.
Com as resenhas desse dossiê, avaliamos a relevância heurística e interpretativa das categorias que esses livros anunciam para ampliar o rol de possibilidades das nossas análises de conjuntura sobre o crescimento das novas direitas no Brasil. De modo complementar, mapeamos o lugar da experiência das “direitas” brasileiras na construção dessas publicações tornadas transnacionais.
Nosso público-alvo é o leitor de História, egresso ou concludente da graduação em História, demandado cotidianamente a produzir pesquisa, criar material didático e a tipificar ações, valores e ideias manifestadas por crianças e jovens em situação escolar. É o leitor que admite a dificuldade de ultrapassar cinco tipos de distinções de uso cotidiano da categoria “direita” em relação ao ser par oposto (“esquerda”):
- conjunto de defensores da ditadura militar, da pena de morte (Jair Bolsonaro, por exemplo);
- conjunto de formadores de opinião e construtores de políticas públicas (Fundação Lemann e Instituto Mises Brasil etc.) disseminadores e apoiadores de (não definidas) ideias “neoliberais”;
- conjunto de movimentos de protestos animados por bordões do tipo “Cansei”, “Foram Lula”, “Fora Dilma”, “Fora PT”, “Fora corruptos”, “Impeachment”;
- posição (à direita) dos grupos apoiadores do rei e da religião em relação à presidência da Assembleia Constituinte da França, em 1789; e
- posição dos partidos políticos do século XX em relação ao valor e a coisa designada com a expressão “igualdade”.
Se você se interessa pelo assunto e quer contribuir com a formação continuada dos colegas, selecione um livro publicado entre 2018 e 2022, que tenha como objeto central algumas das categorias citadas (“nova direita”, “direita radical”, “extrema direita”, “direita populista”, “nova onda conservadora” e “neofascismo” ou “ressurgência fascista”), escreva uma resenha e envie para nós.
Natal, 10 maio 2022
Margarida Maria Dias de Oliveira / Itamar Freitas
Editores da revista Crítica Historiográfica
Acesse as regras de composição e submissão da resenha – Link