[Título de três palavras, iniciado por substantivo] – Resenha de “Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história da Amazônia Central”, de Eduardo Góes Neves

Resenhado por Fábio Alves (UFS) | ID: https://orcid.org/0000-0001-8969-3031.

Eduardo Góes Neves, arqueólogo brasileiro | Foto: Rui Gaudêncio

Resultado de 15 anos de trabalho científico, o livro que traz como subtítulo “oito mil anos de história da Amazônia Central”, foi escrito por Eduardo Góes Neves. Amplie aqui a descrição do livro

Como fica evidente, o autor está longe de ser um neófito no campo de pesquisa da Arqueologia. Além de longo tempo como pesquisador, o professor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP), já orientou dezenas de Dissertações e Teses, coordena o Grupo de Pesquisa “Ecologia Histórica dos Neotrópicos”, presidiu a Sociedade Brasileira de Arqueologia e tem atuação em pesquisa no cenário internacional. O livro recém publicado consuma sua atuação no Projeto Amazônia Central (PAC).

Organizado em cinco capítulos, além de introdução e conclusão. Nos dois primeiros, o autor explora xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Nos dois últimos, a obra toca no xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

O último capítulo explora a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

O texto estabelece um roteiro que principia situando ao leitor na trajetória profissional do pesquisador, passa por uma justificativa das escolhas conceituais e metodológicas, apresenta as evidências localizadas que possibilitaram as interpretações e finda com uma defesa de uma História Antiga dos povos indígenas. Como se vê, embora seja um texto de Arqueologia o diálogo com a História é um eixo central da construção. O próprio autor se identifica como dentro de uma Arqueologia Histórica. Importante destacar que a Graduação na década de 1980 foi em História antes de partir para os EUA onde cursou Mestrado e Doutorado em Antropologia.

Este trânsito por diferentes matrizes das chamadas Ciências Humanas (ou Sociais) é um dos fatores que explica a fluidez do texto e seu grau de alcance compreensivo mesmo por quem não tem formação em Arqueologia. A obra tem um fluxo narrativo que não lhe torna maçante pelo comum exagero do dialeto próprio dos diferentes campos. Por outro lado, um aspecto da relação com a História pode ser visto como uma das fragilidades do texto. Ao procurar justificar a distinção entre saber histórico e arqueológico, do ponto de vista ontológico, Neves afirma que em História os documentos escritos são a fonte primordial, embora não única. Ora, já há bastante tempo o mito do documento escrito como fonte primeva da historiografia vem sendo superado a passos largos. Uma justificativa muito mais sólida de distinção entre as áreas é apresentada mais adiante, quando não se está mais discutindo esse tópico, que remete aos métodos e conceitos característicos da Arqueologia. Nisto sim é possível perceber com muito mais clareza as distinções.

A obra apresenta desde logo os desafios da Arqueologia em um terreno como o da floresta amazônica. Ao longo da leitura vamos nos familiarizando com termos como terras baixas da América do Sul. Um leigo pode logo relacionar o nome com a extensão geográfica ao sul do continente, mas na verdade se trata do território que está ao leste da Cordilheira dos Andes e que todos conhecemos por meio dos Incas (não confundir com Maias e Astecas que habitaram outro pedaço do continente).

Neves nos apresenta um contexto muito distinto, a Amazônia Central. De pronto percebemos como é desafiador identificar sítios arqueológicos muitas vezes localizados em locais de mata fechada ou áreas propensas a inundações regulares.

 

São essas particularidades do terreno a base para a justificativa do uso de metodologias “híbridas” próprias da pesquisa arqueológica, mas comumente utilizadas em separado. Aqui uma grande lição que o autor apresenta: mais do que seguir a rigidez de método, o importante é registrar os procedimentos adotados e suas razões. É a realização deste movimento que possibilitou ao autor e seu grupo investigar a presença humana na Amazônia Central entre os século IV AEC e XVI EC. É o que permitiu, também, contrariar teses clássicas da Antropologia acerca da ocupação das florestas tropicais por nossa espécie, estabelecendo para o espaço investigado uma presença que remonta há 12 mil anos.

Tradições e fases cerâmicas, presença de terras pretas, montículos e cemitérios, resquícios de estruturas de defesa dos assentamentos. Este é o percurso expresso no texto de Neves para nos conduzir à compreensão acerca da diversidade de formas de viver dos povos que ocupam a Amazônia há milênios. [Esta é também a principal contribuição do livro aos profissionais da xxxx e da xxxx] Ele explora uma presença que deixou vestígios muitas vezes difíceis de localizar (como no caso dos restos cerâmicos), e outras vezes que passam despercebidos quando fora do olhar analítico dos pesquisadores disposto a diversificar suas formas de observação (como é o caso da composição vegetal da floresta).

Sumário de Sob os tempos do equinócio – Oito mil anos de história na Amazônia central

  • Introdução
  • O fazer arqueológico: materiais, métodos, práticas e conceitos
  • O começo: as primeiras evidências da presença indígena
  • Paisagens em construção: a natureza transformada
  • Montículos, terras pretas e cemitérios
  • Guerra e paz na virada do milênio
  • Conclusão – Por uma história antiga dos povos indígenas
  • Agradecimentos
  • Referências bibliográficas
  • Índice de mapas e figuras
  • Sobre o autor

Para ampliar a sua revisão da literatura


Resenhista

Fábio Alves Santos é Doutor em Educação e professor do Departamento de Educação (DED) e do Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Entre outros trabalhos, publicou Das cadeiras isoladas ao Atheneu Sergipense: elite letrada e ofício docente em Sergipe no século XIX e Aprendizagem Histórica: espaços, suportes e experiências. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7318880050555416; Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8969-3031. E-mail: fabioalves@academico.ufs.br.


Para citar esta resenha

NEVES, Eduardo Góes. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia central. São Paulo: Editora UBU; Editora da USP, 2022. 224 p. Resenha de: SANTOS, Fábio Alves. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.11, maio/jun., 2023. Disponível em <xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx>.


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.11, mio/jun. 2023 | ISSN 2764-2666

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[Título de três palavras, iniciado por substantivo] – Resenha de “Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história da Amazônia Central”, de Eduardo Góes Neves

Resenhado por Fábio Alves (UFS) | ID: https://orcid.org/0000-0001-8969-3031.

Eduardo Góes Neves, arqueólogo brasileiro | Foto: Rui Gaudêncio

Resultado de 15 anos de trabalho científico, o livro que traz como subtítulo “oito mil anos de história da Amazônia Central”, foi escrito por Eduardo Góes Neves. Amplie aqui a descrição do livro

Como fica evidente, o autor está longe de ser um neófito no campo de pesquisa da Arqueologia. Além de longo tempo como pesquisador, o professor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP), já orientou dezenas de Dissertações e Teses, coordena o Grupo de Pesquisa “Ecologia Histórica dos Neotrópicos”, presidiu a Sociedade Brasileira de Arqueologia e tem atuação em pesquisa no cenário internacional. O livro recém publicado consuma sua atuação no Projeto Amazônia Central (PAC).

Organizado em cinco capítulos, além de introdução e conclusão. Nos dois primeiros, o autor explora xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

Nos dois últimos, a obra toca no xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

O último capítulo explora a xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

O texto estabelece um roteiro que principia situando ao leitor na trajetória profissional do pesquisador, passa por uma justificativa das escolhas conceituais e metodológicas, apresenta as evidências localizadas que possibilitaram as interpretações e finda com uma defesa de uma História Antiga dos povos indígenas. Como se vê, embora seja um texto de Arqueologia o diálogo com a História é um eixo central da construção. O próprio autor se identifica como dentro de uma Arqueologia Histórica. Importante destacar que a Graduação na década de 1980 foi em História antes de partir para os EUA onde cursou Mestrado e Doutorado em Antropologia.

Este trânsito por diferentes matrizes das chamadas Ciências Humanas (ou Sociais) é um dos fatores que explica a fluidez do texto e seu grau de alcance compreensivo mesmo por quem não tem formação em Arqueologia. A obra tem um fluxo narrativo que não lhe torna maçante pelo comum exagero do dialeto próprio dos diferentes campos. Por outro lado, um aspecto da relação com a História pode ser visto como uma das fragilidades do texto. Ao procurar justificar a distinção entre saber histórico e arqueológico, do ponto de vista ontológico, Neves afirma que em História os documentos escritos são a fonte primordial, embora não única. Ora, já há bastante tempo o mito do documento escrito como fonte primeva da historiografia vem sendo superado a passos largos. Uma justificativa muito mais sólida de distinção entre as áreas é apresentada mais adiante, quando não se está mais discutindo esse tópico, que remete aos métodos e conceitos característicos da Arqueologia. Nisto sim é possível perceber com muito mais clareza as distinções.

A obra apresenta desde logo os desafios da Arqueologia em um terreno como o da floresta amazônica. Ao longo da leitura vamos nos familiarizando com termos como terras baixas da América do Sul. Um leigo pode logo relacionar o nome com a extensão geográfica ao sul do continente, mas na verdade se trata do território que está ao leste da Cordilheira dos Andes e que todos conhecemos por meio dos Incas (não confundir com Maias e Astecas que habitaram outro pedaço do continente).

Neves nos apresenta um contexto muito distinto, a Amazônia Central. De pronto percebemos como é desafiador identificar sítios arqueológicos muitas vezes localizados em locais de mata fechada ou áreas propensas a inundações regulares.

 

São essas particularidades do terreno a base para a justificativa do uso de metodologias “híbridas” próprias da pesquisa arqueológica, mas comumente utilizadas em separado. Aqui uma grande lição que o autor apresenta: mais do que seguir a rigidez de método, o importante é registrar os procedimentos adotados e suas razões. É a realização deste movimento que possibilitou ao autor e seu grupo investigar a presença humana na Amazônia Central entre os século IV AEC e XVI EC. É o que permitiu, também, contrariar teses clássicas da Antropologia acerca da ocupação das florestas tropicais por nossa espécie, estabelecendo para o espaço investigado uma presença que remonta há 12 mil anos.

Tradições e fases cerâmicas, presença de terras pretas, montículos e cemitérios, resquícios de estruturas de defesa dos assentamentos. Este é o percurso expresso no texto de Neves para nos conduzir à compreensão acerca da diversidade de formas de viver dos povos que ocupam a Amazônia há milênios. [Esta é também a principal contribuição do livro aos profissionais da xxxx e da xxxx] Ele explora uma presença que deixou vestígios muitas vezes difíceis de localizar (como no caso dos restos cerâmicos), e outras vezes que passam despercebidos quando fora do olhar analítico dos pesquisadores disposto a diversificar suas formas de observação (como é o caso da composição vegetal da floresta).

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  • Introdução
  • O fazer arqueológico: materiais, métodos, práticas e conceitos
  • O começo: as primeiras evidências da presença indígena
  • Paisagens em construção: a natureza transformada
  • Montículos, terras pretas e cemitérios
  • Guerra e paz na virada do milênio
  • Conclusão – Por uma história antiga dos povos indígenas
  • Agradecimentos
  • Referências bibliográficas
  • Índice de mapas e figuras
  • Sobre o autor

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Para citar esta resenha

NEVES, Eduardo Góes. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia central. São Paulo: Editora UBU; Editora da USP, 2022. 224 p. Resenha de: SANTOS, Fábio Alves. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.11, maio/jun., 2023. Disponível em <xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx>.


© – Os autores que publicam em Crítica Historiográfica concordam com a distribuição, remixagem, adaptação e criação a partir dos seus textos, mesmo para fins comerciais, desde que lhe sejam garantidos os devidos créditos pelas criações originais. (CC BY-SA).

 

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